Presunto ou apresuntado? Opção mais barata tem menos proteína e pode conter amido

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Diante das novas regras na fabricação do presunto, que passaram a valer no início deste mês, especialistas consultados pela Folha de S.Paulo explicam qual a diferença entre esse embutido e o apresuntado, que costuma ser mais barato. Os estabelecimentos terão um ano para se adequar às mudanças na produção do presunto e um dos destaques será a redução no volume de água.

A principal diferença apontada pelos pesquisadores é a quantidade de proteína e o corte suíno utilizado. A nova portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária, publicada em abril, estabeleceu que o presunto precisa ter pelo menos 16% de pernil -percentual que cresce nos casos do presunto cozido superior (16,5%) e do cozido tenro (18%). Para o presunto de aves, são no mínimo 14% de carne.

A composição do apresuntado, que não foi alterada pela norma, tem pelo menos 13% de carne suína, e os cortes podem ser tanto dos membros posteriores do porco como dos anteriores. Isso permite usar acém e paleta suína, por exemplo, de acordo com Marise Aparecida Rodrigues Pollonio, professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Além disso, pode ser acrescentado amido, numa fração de até 2%, o que não é previsto na portaria que trata dos presuntos. Segundo Pollonio, o ingrediente não faz mal à saúde e serve para reter a água e dar viscosidade.

Ela diz que, embora as características nutricionais do apresuntado sejam inferiores ao levar em conta o percentual reduzido de proteína, o produto não deve ser considerado “o vilão da história”. “O que o consumidor pode perder nesse ranking nutricional, ele ganha no preço, que é menor. E o apresuntado tem altíssima qualidade, no ponto de vista de segurança”, afirma Pollonio.

Ana Lúcia da Silva Lemos, diretora técnica do Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos), afirma que os apresuntados não precisam necessariamente obedecer ao patamar mínimo de 13%. O percentual, segundo ela, pode ser maior, a depender da marca.

“No apresuntado, você não fica restrito ao uso do pernil como matéria-prima cárnea. Pode usar outros cortes. Embora a legislação permita que tenha 13% de proteína, enquanto é de 16% no presunto, isso não significa que os apresuntados no mercado estão com essa quantidade. Então tem que sempre olhar o rótulo, porque vai variar de marca para marca.”

Lemos diz que é difícil definir qual dos embutidos é mais saudável. Para ela, trata-se de um conceito amplo e leva em consideração outros ingredientes além da proteína, como o sal.

Segundo Patrícia Benelli, professora do Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), os consumidores precisam estar atentos à tabela nutricional para identificar os componentes e as quantidades.

“Tem que ficar atento à lista de ingredientes para ver qual tem um percentual maior. E então olhar na tabela nutricional e comparar teor de gordura, caloria, sal”, afirma.

Além da características de corte e teor proteico distintas, o apresuntado pode ter uma adição maior de proteína não cárnea, que representa até 2,5% da composição. Segundo Benelli, esse ingrediente pode ser, por exemplo, a proteína láctea ou de soja e serve para baratear o embutido.

VEJA AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS NA COMPOSIÇÃO DOS PRESUNTOS E DO APRESUNTADO:

Presunto cozido

16% de proteína, no mínimo
2% de proteína não cárnea
2% de carboidrato
25% de colágeno em relação ao total de proteína

Presunto cozido tenro

18% de proteína, no mínimo
1% de proteína não cárnea
1% de carboidrato
25% de colágeno em relação ao total de proteína

Presunto cozido superior

16,5% de proteína, no mínimo
Não permite proteína que não seja de origem suína, com exceção do caseinato de sódio
1% de carboidrato
25% de colágeno em relação ao total de proteína

Presunto de aves

14% de proteína, no mínimo
2% de proteína não cárnea
2% de carboidrato
10% de colágeno em relação ao total de proteína

Apresuntado

13% de proteína, no mínimo
2,5% de proteína não cárnea
5% de carboidrato
25% de colágeno em relação ao total de proteína
Permite moagem da carne, mas não especifica a proporção
2% de amido

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São Paulo tem recorde de motos novas nas ruas e desafio no trânsito

(FOLHAPRESS) – O corredor entre os carros nunca esteve tão congestionado nas cidades paulistas. Levantamento realizado pelo Detran-SP aponta que a quantidade de motocicletas novas emplacadas no primeiro quadrimestre deste ano, em São Paulo, é a maior para o período desde 2015, quando a série histórica começou a ser catalogada pelo departamento de trânsito estadual.

A invasão das duas rodas é provocada pelo preço e na economia de combustível em relação aos carros, pela mudança de comportamento no consumo a partir da pandemia de Covid-19, com compras pela internet e aplicativos de entrega, e pelas más condições no transporte público, que afastam passageiros.

Segundo os dados do Detran, entre janeiro e abril desde ano foram emplacadas 74.986 motocicletas zero-quilômetro no estado. O número é 30% maior que no mesmo período do ano passado, quando houve 57.566 emplacamentos, e supera todos os anteriores, também entre os primeiros quatro meses.

O crescimento na comparação entre o quadrimestre inicial de 2022 e o deste ano é superior à média nacional, de 25%.

Na capital, proporcionalmente, o total de motocicletas novas nas ruas é ainda maior. Ao todo, nos primeiros quatro meses deste ano foram emplacadas 27.650 motos na cidade de São Paulo, 74% a mais que de janeiro a abril de 2022 –o número atual também supera todos os do período a partir de 2015.

O emplacamento de motos novas cresceu percentualmente mais que o de todos os veículos em geral. De acordo com o levantamento do Detran, nos primeiros quatro meses deste ano foram contabilizados 267.792 emplacamentos no estado, inclusive de motos, contra 224.177 no mesmo período de 2022, ou seja, alta de 19% -na capital, a diferença foi de 18%.

Ainda de acordo com o órgão estadual de trânsito, a frota no estado conta hoje com 4,9 milhões de motos, 25% a mais do que as 3,9 milhões de abril de 2015.

A disparada na venda de motocicletas é um reflexo das condições sociais do Brasil, analisa Pedro Augusto Borges, coordenador de mobilidade segura no Observatório Nacional Segurança Viária.

“A pessoa opta pela motocicleta por ser muito mais barata que um automóvel, tanto no valor de compra quanto no de manutenção”, diz.

Uma Honda CG 160, moto mais vendida neste ano até agora, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), custa a partir de R$ 16,3 mil, no modelo Start, o mais barato.

Já um Fiat Mobi Like 1.0, carro popular de entrada mais comercializado de janeiro a abril, conforme o mesmo ranking, não sai por menos de R$ 68,3 mil.

O preço do combustível também pesou na disparidade das vendas, segundo especialistas. Na última semana de abril, em média, a gasolina comum era comercializada a R$ 5,36 no estado, segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

A Honda CG 160 faz na média até 40 km com um litro de gasolina enquanto o Mobi, até 15 km/l.

É a economia de combustível que faz a família do empresário Leandro Esteves, 46, tirar uma das sete motos da garagem de casa em Itatiba (a 84 km de SP). Entre modelos de alta cilindrada ou para lazer -uma delas, de competição, foi comprada recentemente-, a preferida é uma scooter Honda PCX 160.

“Ela faz 38 km com um litro de gasolina”, afirma o empresário sobre a moto, que é dividida com a mulher, de 44 anos, e o filho, de 19.

O crescimento nas vendas de motos reflete ainda as más condições do transporte público, principalmente nas grandes cidades brasileiras, segundo o coordenador do observatório de segurança viária.

Opinião semelhante tem o engenheiro Sergio Ejzenberg, mestre em transportes pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo). Ele aponta um ciclo vicioso provocado pela redução na frota de ônibus em cidades como São Paulo, por exemplo, que provoca atrasos, afugentam usuários para outros modais, e com menos passageiros, diminui ainda mais o número de coletivos.

“A moto é relativamente barata e economiza tempo para o indivíduo”, afirma Ejzenberg. “O valor da hora trabalhada é mais determinante que o preço da passagem do ônibus para muitos”, diz o engenheiro sobre lentidão entre um coletivo e outro, principal queixa de usuários no primeiro trimestre na capital paulista.

A falta de segurança no trânsito, entretanto, preocupa, diz o engenheiro. Uma a cada quatro pessoas mortas no trânsito da cidade de São Paulo, nos quatro primeiros meses deste ano, estava de moto -foram 109 motociclistas de 279 óbitos, conta que inclui pedestres- , aponta o Infosiga, sistema de monitoramento de acidentes de trânsito do governo estadual.

As cidades, em geral, não estão preparadas para essa violência toda, afirma o engenheiro Antonio Clóvis Pinto Ferraz, o Coca Ferraz, professor e coordenador do Núcleo de Segurança no Trânsito da USP de São Carlos.

Nas intervenções de mobilidade urbana com a nova realidade em duas rodas, aponta, é preciso separar a motocicleta dos carros, sobretudo nas vias de maior velocidade. “Moto é um veículo menor, menos visível, entra no ponto cego dos demais”, alerta.

A medida foi adotada no ano passado na cidade de São Paulo, com a implantação da faixa azul. O projeto-piloto teve início em janeiro de 2022 na avenida 23 de Maio, com 5,5 km de extensão.

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), em 12 meses foram 98 acidentes envolvendo motos no trecho exclusivo para motocicletas. Desse total, 44 ocorrências não tiveram feridos. Os demais provocaram 59 vítimas, sendo apenas oito com gravidade. Não houve nenhuma morte.

O projeto foi expandido para a avenida dos Bandeirantes, na zona sul. De acordo com a prefeitura, há estudos para criar mais 220 km de faixas exclusivas pela cidade.

Também para separar motocicletas dos carros, a CET diz que implantou 416 “frentes seguras”, espaços exclusivos para elas à frente do trânsito nos semáforos.

O desenho das cidades influencia diretamente os conflitos entre os modais. Por isso, é preciso investimento em planejamento urbano, educação de trânsito e fiscalização, acredita o especialista Pedro Borges.

“Esse é um desafio que sempre vai estar presente em todo o mundo, de como gerenciar os conflitos de todos que fazem parte do processo de mobilidade”, afirma.

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Superfungo: secretaria de saúde de PE confirma 3 casos, mas não encontra cadeia de transmissão

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) confirma três casos de pessoas infectadas com o superfungo Candida auris em hospitais no Estado. No entanto, não foi identificada uma cadeia de transmissão que ligue estes três pacientes. A hipótese até agora é de contaminação natural de cada um dos três, internados em hospitais diferentes.

O Candida auris causa infecção na corrente sanguínea e outras infecções invasivas e é muito resistente aos medicamentos normalmente usados para combater fungos. Existem várias linhagens de C. auris, e algumas são imunes a todas as três classes de remédios existentes.

As três pessoas contaminadas são um homem de 48 anos, no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, um idoso de 77 anos, no Hospital Tricentenário, em Olinda, e um idoso de 66 anos, no Hospital Português, no Recife.

José Lancart de Lima, diretor-geral de informações epidemiológicas da SES, declarou neste domingo, 28, ao programa Fantástico, da Globo: “É uma situação que está restrita, controlada e sofrendo intervenção de vigilância rotineiramente pra que a gente possa, de fato, garantir a segurança dos pacientes”.

Risco e transmissão hospitalar

Segundo agências de saúde como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, do governo dos Estados Unidos, a taxa de mortalidade dos pacientes infectados chega a 60%. A transmissão geralmente ocorre em ambientes hospitalares, onde os pacientes já estão acometidos por outras doenças, o que contribui para o agravamento e a eventual morte.

Como é um micróbio relativamente recente – foi identificado pela primeira vez em 2009, no Japão -, ainda não há informações detalhadas sobre a forma de transmissão da Candida auris. “Evidências iniciais sugerem que ela se dissemina no serviço de saúde por contato com superfícies ou equipamentos contaminados de quartos de pacientes colonizados/infectados, sendo, portanto, fundamental reforçar as medidas de prevenção e controle com ênfase na higiene das mãos e limpeza e desinfecção do ambiente e equipamentos”, informa nota da secretaria estadual de Saúde de Pernambuco.

Assim como resiste aos medicamentos, esse fungo também é mais resistente aos desinfetantes, o que torna mais difícil higienizar um ambiente contaminado.

Outra dificuldade imposta pela Candida auris é de identificação. Exames básicos capazes de identificar outros tipos de fungos não servem para identificar este. Existem vários registros de vítimas que foram inicialmente diagnosticadas com outro tipo de fungo, e tratadas de forma inadequada até que houvesse a identificação correta.

Histórico

O primeiro caso no Brasil foi registrado em um hospital de Salvador, em 4 de dezembro de 2020. A vítima estava internada em UTI para tratar de covid-19. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o maior surto já registrado no Brasil ocorreu em Recife, que registrou 48 casos entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022.

O fungo foi identificado pela primeira vez nas Américas em março de 2012, quando acometeu 18 pacientes de um hospital na Venezuela. Depois houve casos na Colômbia, no Panamá e no Chile. Nos Estados Unidos, foi identificado pela primeira vez em 2016, em um hospital de Nova York. O número de casos está crescendo e a quantidade de medicamentos necessários para tornar inativo o fungo tem aumentado, segundo as autoridades de saúde.

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Febre amarela: SP tem mortes após ficar sem registro da doença por 3 anos

Depois de três anos sem casos, o Estado de São Paulo já registrou duas mortes por febre amarela desde janeiro. São quatro casos confirmados e, em dois, os pacientes se recuperaram, segundo a Secretaria de Saúde do Estado. Em todo o Brasil, foram cinco casos e três mortes por febre amarela até agora. Os registros deste ano já superam todas as notificações de 2022, quando houve quatro casos e dois óbitos.

A doença é transmitida pela picada de mosquitos. Grave e muitas vezes letal, a febre amarela pode ser prevenida pela vacinação. A pasta estadual recomendou que todos municípios intensifiquem a vacinação para evitar o avanço da doença. Segundo a secretaria, as duas vítimas não haviam sido imunizadas. O Estado não registrava casos desde o início de 2020, quando um caso, com provável infecção em Santa Catarina, foi confirmado.

O surto ocorre na região de São Carlos, no centro-leste do Estado, e atinge quatro municípios paulistas, dois deles na divisa com Minas. O óbito mais recente aconteceu em 30 de abril e vitimou um homem de 44 anos, morador de São João da Boa Vista. O caso só foi confirmado na última sexta-feira, 26, após exames. Embora residente na Vila Valentin, na área urbana, ele esteve na zona rural antes de apresentar sintomas.

A prefeitura informou ter feito mutirões para vacinar toda a zona rural. Além disso, o Departamento de Saúde de São João da Boa Vista realiza há uma semana a nebulização contra os mosquitos transmissores da febre amarela em bairros periféricos da área urbana. A cidade não tinha casos de havia sete anos.

Outro óbito foi registrado em São Sebastião da Grama, em fevereiro, mas só foi confirmado na semana passada. Na quinta-feira, 25, a prefeitura usou sua página no Facebook para comunicar a ocorrência. “A Gerência de Saúde alerta toda população que houve um óbito causado por febre amarela. A única maneira de prevenção é com a vacina”, postou, pedindo aos não vacinados para se dirigirem ao Centro de Saúde.

A vítima era moradora de Monte Santo de Minas, na divisa com São Paulo, mas foi internada e morreu na cidade paulista. Em fevereiro, outro paciente pegou a doença em São Sebastião da Grama, mas se recuperou. Ele era morador de Mococa, cidade vizinha.

Em 29 de março, depois de encontrar um macaco-prego morto com o vírus da doença na zona rural, a prefeitura de Mococa realizou mutirão de vacinação em 31 propriedades rurais, entre sítios e fazendas.

O primeiro caso paulista de febre amarela deste ano aconteceu em janeiro, em Vargem Grande do Sul, na divisa com Minas. O paciente, de 73 anos, foi internado em estado grave, mas se recuperou. A prefeitura mobilizou equipes e vacinou 113 moradores da zona rural, vizinhos da vítima. No lado mineiro, a Secretaria de Saúde registrou a morte, em março, de um trabalhador rural de 41 anos, morador de Monte Santo de Minas. O paciente havia se deslocado para o interior de São Paulo antes de apresentar os sintomas.

Vacina pode ser tomada gratuitamente

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que, desde o primeiro caso confirmado em janeiro, a pasta, junto com os municípios, reforçou a vacinação nas regiões, realizando investigação epidemiológica e ambiental dos locais prováveis de infecção, além da investigação da presença dos insetos e coleta de material biológico de material de macacos para exames. Todos os municípios do Estado foram alertados para detectar precocemente casos suspeitos.

A vacina contra a febre amarela faz parte do calendário de imunização e as doses estão disponíveis, gratuitamente, em todos os postos de saúde do Estado. A 1ª dose deve ser aplicada aos 9 meses de idade e a segunda aos 4 anos. A partir dos 5 anos, para aqueles que não estão com a vacina em dia, é recomendada dose única.

Ainda segundo a pasta, a cobertura vacinal foi de 82% no Estado nos três primeiros meses deste ano. Em 2022, o índice ficou em 64,4%. Para quem mora no interior, a imunização é imprescindível, diz a secretaria. “A vacina da febre amarela tem um período de 10 dias para criar anticorpos. Desta forma, para quem frequenta zona de mata, acampamentos, trilhas e cachoeiras é de suma importância a imunização o quanto antes”, disse, em nota.

No Estado de São Paulo, desde que a doença reemergiu em 2016 e avançou pelo interior, todo o Estado é considerado área de risco, com recomendação de vacina. Naquele ano, foram 648 casos e 230 óbitos.

Conforme o Ministério da Saúde, a vacinação contra a febre amarela está indicada para todo território nacional no calendário de rotina dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). O público-alvo do imunizante é todo cidadão residente no Brasil ou estrangeiro em visita, com idades entre 9 meses e 59 anos. A indicação é de ao menos uma dose de vacina após os cinco anos de idade – crianças que receberam a dose aos 9 meses devem receber um reforço aos 4 anos de idade.

A cobertura vacinal este ano no País está em 48,7%, ante 60,6% no ano anterior. Ainda segundo o ministério, o Programa de Vigilância da Febre Amarela Silvestre atua com diferentes áreas para impedir a transmissão urbana e detectar oportunamente a circulação viral para orientar as medidas de controle. Desde 2019, houve 31 óbitos no País pela doença.

Tire suas dúvidas

1. Como é transmitida? Pela picada de mosquitos portadores do vírus de febre amarela. Em regiões de campo e floresta, o principal mosquito transmissor é o Haemagogus. O vírus também pode ser transmitido pelo Aedes aegypti, na forma urbana da doença. Casos de transmissão urbana, no entanto, não são registrados no País desde 1942.

2. A febre amarela é transmitida de pessoa para pessoa?

Não.

3. Qual é o papel dos macacos na transmissão?

Primatas podem se contaminar com o vírus, exercendo também o papel de hospedeiros. Se picados, os animais transmitem o vírus para o mosquito, aumentando, assim, as chances de propagação da doença.

4. Quais sintomas provocados pela febre amarela?

A febre amarela é classificada como doença infecciosa grave. Provoca calafrios, dor de cabeça, dores nas costas e no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Os primeiros sintomas aparecem entre 3 a 6 dias depois da infecção.

5. Qual é a evolução da doença?

Para maior parte dos pacientes, os sintomas perdem a intensidade a partir do 3º ou 4º dia da infecção. Em alguns casos, porém, a doença entra em sua fase considerada tóxica.

6. O que ocorre nos casos graves?

Cerca de 10% dos pacientes desenvolvem a forma grave da doença. Ela geralmente ocorre após um período breve de melhora dos primeiros sintomas. A febre reaparece, há hemorragias, insuficiência hepática, insuficiência renal. Um dos sintomas é a coloração amarelada da pele e do branco dos olhos. Também não é incomum pacientes apresentarem vômito com sangue, sintoma da hemorragia. Cerca de 50% dos pacientes que desenvolvem a forma grave morrem num período entre 10 e 14 dias.

7. Qual é o tratamento? Não há tratamento específico.

A medida mais eficaz é a vacinação, para evitar a contaminação da doença.

8. Posso me vacinar a qualquer hora?

Sim, a imunização é oferecida na rede pública de saúde e pode ser procurada a qualquer momento do ano.

9. Quais são as reações possíveis à vacina?

Os efeitos colaterais graves são raros. Mas 5% da população pode desenvolver sintomas como febre, dor de cabeça e dor muscular de 5 a 10 dias. É infrequente a ocorrência de reações no local da aplicação.

10. A vacina deve ser tomada por toda a população?

A vacina é contraindicada para crianças menores de seis meses, pessoas imunossuprimidas e com reação alérgica a ovo. Idosos acima dos 60 anos, gestantes, pessoas portadoras do vírus HIV ou com doenças hematológicas devem consultar um médico antes de se vacinar.

11. Já sou vacinado. Preciso repetir a dose?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, estudos mostram que uma só aplicação é capaz de dar imunidade por toda a vida. O Brasil era o único país a adotar ainda o esquema vacinal em duas doses. Em caso de dose fracionada, uma nova vacina deve ser tomada após nove anos.

12. Quem tomou a vacina em dose integral há mais de dez anos deve tomar de novo?

Desde 2017, o Ministério da Saúde adota a resolução da OMS: apenas uma dose é suficiente para proteger durante a vida toda. Sobre a possibilidade de contaminação mesmo tendo tomado a vacina, o Ministério da Saúde diz que “algumas pessoas podem não desenvolver anticorpos suficientes para proteger contra a doença, essa é uma situação rara, mas pode acontecer, por isso destacamos que a imunidade é entre 95% a 99%, ou seja, essa variação de 5% significa que não vai proteger entre 1% a 5% da população mesmo sendo vacinada.” Apesar da polêmica em torno do número de doses, do ponto de vista burocrático e internacional, os viajantes precisam ter tomado apenas uma dose integral na vida para obter o certificado.

13. Quando o viajante deve tomar a vacina contra a febre amarela?

A vacina é essencial para quem viaja a áreas endêmicas dentro do País. Segundo o Ministério da Saúde, hoje são: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. Algumas delas, porém, apresentam mais riscos do que outras. E também para alguns países que exigem o certificado internacional de vacinação – Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) – como forma de se protegerem da disseminação da doença.

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Paciente tem remissão total de câncer com terapia inovadora em SP

(FOLHAPRESS) – Um paciente em tratamento contra câncer há 13 anos apresentou remissão total do tumor após fazer parte de estudo com terapia inovadora conhecida como células CAR-T.

O resultado positivo foi confirmado neste domingo (28), quando ele recebeu alta do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) em São Paulo.
Paulo Peregrino, 61, já havia tentado as terapias convencionais, como quimioterapia e cirurgia para remoção do tumor, mas não tinha conseguido se livrar da doença, um linfoma não Hodgkin, cujo diagnóstico veio em 2018, cerca de oito anos após detectar um câncer de próstata.

Como não houve regressão do câncer, o paciente iniciaria cuidados paliativos quando foi admitido no Centro de Terapia Celular, no HC, para o chamado uso compassivo. Essa prática é adotada quando não há nenhuma outra abordagem possível e utilizam-se terapias ainda em estudo para tentar salvar a vida do paciente.

“O que foi extremamente animador é que vimos uma resposta positiva em apenas um mês em um paciente que já chegou muito debilitado no centro, com o câncer bem avançado, queixa de dor intensa e baixo índice de plaquetas, indicando que estava com a saúde bem afetada”, explica o hematologista Vanderson Rocha, professor de terapia celular na Faculdade de Medicina da USP e coordenador nacional de terapia celular da Rede D’Or. Ele cuidou do caso de Peregrino no centro.

As células CAR-T são células do sistema imune (conhecidas como linfócitos T) extraídas do paciente e geneticamente modificadas para reconhecer e atacar as células tumorais. Elas são então reintroduzidas no paciente e se tornam mais eficazes em identificar o foco de câncer e atacá-lo.

A terapia tem obtido sucesso no tratamento de alguns tipos de câncer do sistema sanguíneo, linfomas e leucemias, mas não há comprovação de eficácia contra tumores sólidos. Nesses casos, as quimioterapias, radioterapias ou tratamentos como imunoterapia tendem a surtir mais efeito.

“É preciso acompanhar agora por um período de até cinco anos para confirmar se houve a ‘cura’ do câncer, mas, em estudos desenvolvidos nos Estados Unidos, em torno de 50% dos pacientes de linfoma são curados com CAR-T”, disse.

Todo o processo, diz Rocha, levou cerca de quatro meses, sendo três para a coleta das células, aprovação e liberação da técnica pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pelo Conep (Comitê Nacional de Ética em Pesquisa).

O Nutera (Núcleo de Terapia Avançada) tem dois centros, um em São Paulo, inaugurado no último ano, e outro em Ribeirão Preto (SP). O centro foi construído com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), ligado ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), e conta com pesquisadores da USP e do Instituto Butantan.

Atualmente, a terapia CAR-T só tem autorização da Anvisa de paciente a paciente, ou seja, na forma de uso compassivo quando não há mais nenhum método disponível. Ela também é utilizada principalmente no tratamento de leucemias do tipo B, linfomas (como o linfoma não Hodgkin) e mieloma múltiplo, um tipo de câncer sanguíneo.

Em 2019 houve o primeiro paciente tratado, um homem de 62 anos, também com linfoma não Hodgkin, porém ele acabou sofrendo uma queda e morreu em decorrência do traumatismo craniano.

Um segundo paciente, o primeiro tratado no HC, também apresentou remissão da leucemia linfoblástica do tipo B. “Já foram tratados 13 pacientes, sendo esses dois em São Paulo, e os resultados até agora foram muito promissores. São pacientes com a saúde muito debilitada e estágio avançado de câncer”, afirma Rocha.

O custo desta terapia, no entanto, é elevado, chegando a R$ 2 milhões por paciente pelo valor de mercado. “A possibilidade de produzir as células CAR-T em um instituto de pesquisa pública em São Paulo irá com certeza oferecer uma técnica inovadora de combate ao câncer, disponível para toda a população brasileira de forma gratuita pelo SUS [Sistema Único de Saúde]”, afirma Rocha, que espera que o suporte financeiro continue.

Esper Kallás, infectologista e diretor do Instituto Butantan, reforçou que a presença de um centro inovador como esse põe o Brasil em uma posição de destaque. “Tecnologias como essa, que vêm sendo chamadas de ‘disruptivas’ ou inovadoras, colocam o nosso país como um grande produtor desse tipo de terapia e podem ser central para o avanço biotecnológico brasileiro.”

Segundo ele, um estudo clínico combinado de fase 1/2 deve começar até o final do ano com 75 pacientes. A principal dificuldade em prosseguir com pesquisas desse tipo é o alto custo do estudo clínico e depois o gargalo na produção em escala. “Felizmente, temos aqui em São Paulo um centro de produção de terapia celular que produzirá em larga escala essas células”, afirmou.

Atualmente, grandes indústrias farmacêuticas, principalmente as americanas Gilead Sciences e Janssen (braço farmacêutico da Johnson & Johnson), têm em seu portfólio os chamados “CAR-T de prateleira”, isto é, células CAR-T de doadores modificadas e que podem ser aplicadas a qualquer paciente, mas os custos são muito altos, sem contar o risco de não ter compatibilidade.

O investimento previsto para essa fase de pesquisa é de R$ 60 mi, mas espera-se que a economia seja de mais de R$ 140 mi para o sistema de saúde em relação ao preço do medicamento no mercado privado.

“O principal destaque dessa pesquisa é que sai da trava da grande indústria, que transformou o valor desses produtos em custos exorbitantes. Não podemos depender 100% da cadeia de suprimento estrangeiro, precisamos procurar soluções nacionais”, disse o diretor do instituto.

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Clínica é suspeita de dopar idosos para diminuir número de cuidadores em GO

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma clínica em Valparaíso de Goiás está sendo investigada por suspeita de dopar os pacientes à noite para diminuir o número de funcionários no local.

A polícia recebeu uma denúncia de que idosos estariam sendo dopados no período noturno para diminuir a quantidade de funcionários no local, segundo a delegada Samya Noleto.

Os policiais foram ao local na quinta-feira (25) e viram 38 idosos e duas cuidadoras, sendo que a responsável pela clínica não estava presente. Ela encaminhou advogado para defesa.

Foi expedido um mandado de busca e apreensão para colher provas de medicamentos que não estavam prescritos para os idosos e a quantidade de funcionários presentes no período noturno.

A delegada contou que a polícia recolheu remédios e alimentos no local para apuração do caso. Com a polícia no local, os idosos reclamaram que dormiam em locais “escuros e solitários”.

Também foi encontrado receituário sem assinatura médica e receituário em branco.

A Polícia Civil não divulgou o nome da instituição e da responsável porque o caso ainda está em investigação. A reportagem procurou a Secretaria de Desenvolvimento Social para comentar a ocorrência, mas ainda não teve retorno.

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Guajajara estuda atuação conjunta com Dino para demarcar terras indígenas

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, estuda a possibilidade de trabalhar em conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública na demarcação de terras indígenas caso uma MP (medida provisória) retire da sua pasta parte dessa atribuição. Na sua visão, isso enfraqueceria a pasta.

“Considerando que estamos num governo em que o ministro [Flávio Dino] tem a compreensão sobre essa importância e temos o compromisso de Lula, não há perdas danosas nesse sentido porque o presidente Lula garantiu que o que está da parte dele garantido vai se cumprir, que é destravar e garantir as assinaturas das demarcações de terras indígenas”, disse em entrevista à GloboNews, na noite deste domingo (28).

A MP da reorganização da Esplanada foi aprovada na última quarta (24) em uma comissão mista formada por deputados e senadores. O texto, de autoria do líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões Jr. (AL), desidratou a política ambiental do governo com a transferência de competências das pastas de Povos Indígenas e do Meio Ambiente para outros órgãos.

Guajajara disse acreditar que a reação do Congresso é de cunho político em relação ao governo do presidente Lula, mas também um combate à participação de mulheres nesses espaços. Ela deu a entrevista junto com Marina Silva, do Meio Ambiente.

“É também um racismo impregnado porque racismo não é só contra pessoas negras. Também acontece com indígenas, é um Congresso que destila o seu machismo, racismo e toda essa raiva contrária ao governo Lula”, destacou.

Lideranças indígenas e ambientalistas cobram do presidente empenho para reverter a decisão do Congresso -que na última semana também impôs outras derrotas à agenda com a aprovação de uma MP com trechos que afrouxam a preservação da mata atlântica e a votação da urgência de um projeto que dificulta a demarcação de terras indígenas.

Na sexta (26), Lula se reuniu com as duas ministras. Integrantes do governo afirmam que o encontro foi produtivo e que a fala de Marina resultou na diminuição da temperatura após as derrotas no Legislativo.

No governo, o temor é que, caso haja esforço efetivo do governo para que o Senado altere pontos, a Câmara decida retaliar o Planalto e deixe a MP da reorganização da Esplanada dos Ministérios perder validade. Na prática, isso implicaria na volta da estrutura administrativa de Bolsonaro.

A proposta ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado e ter sua tramitação concluída até 1º de junho. O objetivo no governo é tentar amenizar as mudanças.

Ministros de Lula tem rejeitado a ideia de recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar manter a estrutura ministerial definida pelo governo em janeiro.

No caso da demarcação de terras indígenas, já há uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo que questiona a alteração de tutela do tema.

Embora não demonstre por enquanto disposição de brigar contra a ala majoritária da Câmara, Lula e aliados próximos estão preocupados que a crise com Marina tenha uma repercussão internacional negativa.

Também na entrevista à GloboNews, Marina afirmou que a sinalização do Congresso sobre a pauta do meio ambiente nesta semana pode ser ruim para o comércio exterior.

“Temos que enfrentar o problema a médio e longo prazo em relação à mudança do clima. Tem uma outra questão que é nossa agenda de investimento, tem vários investidores considerando o Brasil um país de dificuldade de investimento em função dessas sinalizações que estão sendo dadas pelo Congresso. Estamos negociando a finalização do acordo União Europeia e Mercosul, todas essas sinalizações são muito difíceis para os resultados”, disse a ministra.

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Jovem dada como desaparecida é achada viva e presa em buraco de 40 cm no ES

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma jovem de 22 anos foi dada como desaparecida e encontrada após passar mais de um dia presa em um buraco em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo.

Familiares de Maria Cristina Simões acionaram a polícia após a jovem sair de casa na sexta-feira (26) e não voltar.

Ela foi encontrada em um vão entre um barranco e uma residência próximo à casa onde mora na manhã do domingo (28). A jovem estava presa no espaço, que tinha largura de cerca de 40 centímetros. O Corpo de Bombeiros não informou como a jovem foi achada.

Para retirar a vítima do local, os bombeiros precisaram quebrar uma parede e usar uma escada de 10 metros;

Ela foi resgatada consciente e encaminhada para um hospital da região; não há detalhes sobre o estado de saúde atual dela.

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Greve parcial de ônibus afeta passageiros na cidade de São Paulo

Passageiros que utilizam transporte coletivo na capita paulista estão sendo surpreendidos nesta manhã de segunda-feira, 29, com a falta de ônibus em diversos bairros da cidade. De acordo com a São Paulo Transporte (SPTrans), o início da operação apresentou atraso em nove concessionárias do sistema e a circulação está sendo normalizada gradativamente.

Nas redes sociais, há relatos desde a madrugada, principalmente de quem mora nas zonas norte e sul da cidade, embora outras regiões também estejam sendo afetadas pela paralisação.

A SPTrans afirma que solicitou apoio do policiamento nas garagens e irá registrar um boletim de ocorrência para que os envolvidos na interrupção de serviço essencial à população sejam responsabilizados, além de estar aplicando, de forma automática, as autuações pelas viagens não realizadas às concessionárias.

“A SPTrans lamenta os atrasos praticados, sem respeitar o prazo legal de 72 horas para comunicação oficial antecipada à população e ao órgão gestor de paralisação de serviço essencial e prejudicando a população desde as 3h desta segunda-feira”, afirmou em nota.

As demais concessionárias do sistema, de acordo com a SPTrans, estão com sua operação normal desde o início do dia.

Empresas cuja frota começou a ser normalizada:

– Grajaú – Zona Sul.

– MobiBrasil – Zona Sul.

– Transppass – Zona Oeste.

– Viação Campo Belo – Zona Sul.

– KBPX – Zona Sul.

– Metrópole 3 – Zona Leste.

– Santa Brígida – Zona Norte.

– Gato Preto – Zona Oeste.

– Sambaíba – Zona Norte.

Procurado, o Sindicato dos motoristas de ônibus da cidade de São Paulo ainda não havia se manifestado até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto para manifestação.

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Juízes proíbem clínicas de pedir reembolso a planos em nome de pacientes

(FOLHAPRESS) – Planos de saúde têm conseguido na Justiça o direito de negar o pagamento de reembolsos de consultas médicas, exames e outros procedimentos feitos por clínicas e laboratórios não credenciados que usam login e senha dos pacientes para solicitar ressarcimentos às operadoras.

De acordo com processos judiciais, os estabelecimentos fazem anúncios e prometem ao paciente o tratamento sem custo em troca de uma cessão de crédito, ou seja, é feito um contrato em que o beneficiário transfere para a clínica seus direitos pelo reembolso.

Com recibos falsos de pagamento e de posse dos dados de acesso do usuário, pedem reembolsos em nome dele. Quando o valor cai na conta do beneficiário, emitem boletos bancários ou solicitam o repasse do montante, por meio de transferência bancária.

Quando a operadora nega o reembolso, as clínicas entram, também em nome dos beneficiários, com reclamações na ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) que podem gerar multas aos planos. Por fim, se não conseguem o reembolso, exigem que o paciente faça o pagamento.

A prática, considerada fraudulenta, já ocorria antes da pandemia de Covid, mas se disseminou após a crise sanitária. Além das ações judiciais, há investigações policiais em curso e uma mobilização do setor empresarial para coibi-la, já que muitos planos são ofertados pelas empresas.

No mês passado, a CCR (Companhia de Concessões Rodoviárias) demitiu cem funcionários após detectar, em investigação interna, o uso indevido do reembolso do plano. Também em abril, o Itaú demitiu 80 empregados pela mesma razão.

“Sempre tivemos fraudes, mas, antes, eram eventuais, de oportunidade. Com a era digital e a popularização do uso de aplicativos, elas se profissionalizaram. São verdadeiras quadrilhas atuando”, diz Cássio Alves, superintendente médico da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde).

Não há um levantamento sobre o volume envolvido nesses reembolsos fraudulentos. Muitos casos ainda estão sendo investigados pelas operadoras e pelo Ministério Público.

De acordo com dados da Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), que representa grandes grupos de seguradoras de saúde, de 2019 a 2022 o volume total gasto pelas operadoras com reembolsos saltaram de R$ 6 bilhões para R$ 11,4 bilhões, um aumento de 90%.

No mesmo período, o aumento das despesas assistenciais com pagamento de médicos, clínicas, laboratórios, hospitais, fornecedores de materiais e medicamentos foi de 20% (de R$ 171,8 bilhões para R$ 206,5 bilhões).

Na Abramge, o volume total de reembolsos passou de R$ 6 bilhões, em 2019, para R$ 10,9 bilhões em 2022. Só a título de ilustração, se no ano passado esses reembolsos tivessem acompanhado a variação geral das despesas assistenciais, os gastos teriam sido de R$ 7,2 bilhões, segundo a entidade. “São nesses R$ 3,7 bilhões que se localizam as fraudes”, estima Alves.

Nas decisões, os juízes têm autorizado que as operadoras neguem os reembolsos que vierem desacompanhados do comprovante de pagamento das despesas pelos beneficiários e determinado que a ANS suspenda eventuais punições aos planos por esse motivo.

O reembolso assistido não está previsto na lei dos planos, portanto, a questão não é regulada pela ANS. Porém, a agência tem discutido com o setor suplementar formas de evitar que o mecanismo legítimo de denúncia do consumidor contra um plano (a NIP, Notificação de Intermediação Preliminar) seja usado pelos fraudadores.

Nos processos judiciais, laboratórios e clínicas denunciados argumentam, em sua defesa, que os consumidores realizam uma cessão de direito ao crédito em favor deles e que esse seria um serviço que agrega valor ao atendimento, trazendo comodidade, por desburocratizar o sistema de reembolso das operadoras. Os juízes, porém, têm julgado improcedentes esses recursos.

A Folha de S.Paulo teve acesso a quatro decisões proferidas em São Paulo neste ano. Nelas, há a determinação para que as clínicas e laboratórios se abstenham de pedir login e senha para o beneficiário ou solicitar reembolso em seu nome, sob pena de multa de até R$ 50 mil por ato de descumprimento.

“[Os estabelecimentos] engendraram verdadeira arquitetura para burlar o sistema de reembolso e daquilo que está autorizado a ser reembolsado nos contratos, prejudicando consumidores e distorcendo a liberdade de escolha e livre concorrência”, diz um trecho de uma decisão de 8 de maio, da juíza Clarissa Rodrigues Alves, da 4ª Vara Cível de São Paulo.

Em outra decisão, ao deferir a tutela de urgência a uma operadora, o juiz Carlos Eduardo Borges Fantacini, da 26ª Vara Cível do Foro Central da Comarca da Capital, considerou o reembolso assistido “uma nítida propaganda abusiva e enganosa”.

Para ele, a prática fere o Código de Defesa do Consumidor e a boa-fé, “pois no sistema de reembolso por óbvio primeiro o consumidor faz o pagamento, para depois ele próprio se ressarcir junto à seguradora de saúde”.

Em 21 de março último, a juíza Andrea de Abreu, da 10ª Vara Civil do Foro Central da Capital, também justificou a decisão favorável a uma operadora argumentando que “a solicitação de dados sigilosos dos pacientes, como login e senha, coloca os consumidores em evidente desvantagem, que acabam vulnerabilizados no sigilo necessário de seus dados médicos”.

Segundo Vera Valente, diretora-executiva da Fenasaúde, além de estarem participando de uma fraude e correndo o risco de serem penalizados, beneficiários que fornecem login e senha a terceiros põem suas informações pessoais em risco. “Podem ser usadas, por exemplo, para alterar a conta bancária vinculada ao reembolso ou para solicitar reembolso de procedimentos não realizados. É um cheque em branco.”

Ela diz que há vários tipos de fraudes, como clínicas e laboratórios que, antes mesmo de o paciente passar por consulta médica, solicitam o login e a senha e já realizam uma série de exames, muitos desnecessários e superfaturados, seguidos de pedidos de reembolso.

Nos processos judiciais, são mencionados pedidos de exames de PSA (antígeno específico da próstata), usado no rastreamento do câncer de próstata, a mulheres.

Outra situação frequente, segundo Valente, é o usuário fazer um procedimento que não tem cobertura pelo plano (aplicação de botox ou cirurgia estética, por exemplo) e, em comum acordo com as clínicas, pedir reembolso com recibo de um outro tipo de serviço que é coberto. “Há muitos casos em que pessoa sabe que está errado. Vai fazer uma abdominoplastia, e o médico coloca que tem uma hérnia inguinal.”

Para Cássio Alves, da Abramge, há pacientes que claramente pactuam com as fraudes e se beneficiam delas, mas há muitos que são induzidos a elas por ingenuidade ou desconhecimento.

Em março, a Fenasaúde lançou a campanha Saúde sem Fraude para conscientizar os beneficiários sobre os danos causados pelas fraudes (que, na ponta final, encarecem as mensalidades) e mobilizar o setor no combate a elas. A campanha chegará agora às empresas.

“A gente vai distribuir um material voltado para o RH sobre como ele tem que lidar com esses benefícios e esclarecer os seus colaboradores”, diz Vera Valente.

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