Mortes no sistema prisional são dominadas por violência e doenças, diz pesquisa
(FOLHAPRESS) – Uma pesquisa inédita do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) analisou as causas de mortes ocorridas dentro do sistema prisional e de pessoas que, mesmo na rua, ainda mantinham vínculos com ele. Entre quem deixou as penitenciárias e morreu, o tempo médio de vida longe das grades foi de um ano e meio -e a violência responde pela maior parte dos casos.
Segundo o relatório, apresentado pelo conselho no último dia 11, questões de saúde e vinculação ao mundo do crime são dois dos principais problemas que tornam as pessoas que saem do sistema prisional mais suscetíveis à morte.
A pesquisa “Letalidade prisional: uma questão de justiça e de saúde pública” foi feita por um grupo de pesquisadores da FGV e do Insper.
Foram coletados mais de 100 mil processos judiciais em que houve sentença pela extinção de punibilidade em razão da morte do agente proferida entre 2017 a 2020, ou seja, que o processo foi encerrado por causa da morte da pessoa acusada.
Desse quantitativo, houve a seleção de uma amostra com 1.168 processos judiciais de todas as unidades da Federação para ser analisada -116 deles referentes a mortes dentro do sistema prisional (internas) e 1.052 acerca de mortes fora da prisão (externas).
Neste último caso, a pessoa tinha vínculo com o sistema de justiça criminal, estando, por exemplo, em prisão domiciliar, livramento condicional, regime aberto, liberdade provisória, saída temporária ou trabalho externo durante o regime semiaberto.
A pesquisa aponta que, mesmo o Judiciário tendo controle menor sobre mortes externas, esses casos são de interesse uma vez que a liberdade não rompe os vínculos com o cárcere ou apaga suas marcas.
“Arriscamos afirmar que a liberdade apenas desloca a natureza das relações que, do lado de fora dos muros, ligam sujeitos, punição, fragilização e até mesmo a supressão de possibilidades de existência material”, avalia o estudo.
“Esse dado comprova um fato importante: a pessoa sai da prisão doente ou em situação de envolvimento com o crime organizado, com dívida, com uma carreira na delinquência consolidada e se torna ainda mais alvo, uma prevalência maior de letalidade que a média da população” afirma Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
“Esse dado me chamou muito a atenção, a prisão é um fator de aceleração da letalidade e pode ser considerado um dos fatores de agravamento do risco de morrer”, acrescentou Lima, que não participou da pesquisa.
No que diz respeito ao local do óbito nos casos das mortes externas, há uma prevalência para casos em que a ocorrência se deu na rua, o que normalmente vem assinalado nos documentos oficiais como via pública.
A via pública foi o espaço das mortes violentas intencionais, como os homicídios, e acidentais, como os acidentes de trânsito. Depois, o local mais comum foram as unidades de saúde.
No entanto, a pesquisa ressalta que assinalar “unidade de saúde” pode não deixar muito clara a dinâmica e causa da morte, embora evidencie que houve algum tipo de assistência médica. Isso porque a unidades de saúde recebem vítimas de causas diversas, como tentativas de homicídios, acidentes, doenças e até pessoas que tentaram suicídio.
Os casos mais frequentes são relacionados a pessoas que morreram em liberdade provisória (42,16%), ou seja, chegaram a ser custodiadas -presas em flagrante ou preventivamente. Em seguida, aparecem as pessoas cumprindo regime aberto, prisão domiciliar e penas restritivas de direitos.
CAUSAS DAS MORTES
A pesquisa revela ainda que, entre as mortes externas, 23% não tiveram a causa da morte identificada. Esse percentual é ainda maior quando se fala em mortes internas, em que a pessoa morreu dentro do sistema prisional, correspondendo a 28,45% dos casos.
Segundo a pesquisa, não saber como e por que pessoas morrem dentro das unidades prisionais é ponto de atenção e preocupação. A falta de informação pode contribuir para as taxas de subnotificação sobre a morte e dificulta a vigilância em saúde e controle de doenças infectocontagiosas.
O estudo chama a atenção também para a quantidade de mortes por asfixia mecânica, estrangulamento ou sufocação indireta, representando 15% dos casos internos estudados, enquanto agressão por sufocamento, incluindo sufocamento acidental, representaram 0,11% das mortes totais no país.
Apesar do pouco interesse sobre o fenômeno no Brasil, entre 2016 e 2019 a taxa de mortes por suicídio nas cadeias subiu de 15,7 para 25,2 mortes a cada 100 mil presos.
O estudo mostra ainda mortes de internos por sepse, doenças do aparelho circulatório. Todos os agravos de saúde, segundo o relatório, podem ser potencializados devido à precariedade e à superlotação dos estabelecimentos.
Outro ponto destacado no estudo é a precariedade de registro das informações de identificação racial, comorbidades, renda ou escolaridade. Em poucos casos foi possível saber se algum exame pericial foi realizado em função da morte.
Em 29,6% dos processos envolvendo morte interna existia a informação de que algum tipo de investigação havia sido iniciado. Em 70,43% dos casos, esse dado é inexistente no processo.
Maíra Rocha Machado, uma das coordenadoras da pesquisa e professor da FGV Direito SP, avalia que a falta de dados prejudica o processo. Na sua visão, a falta de informações sobre a abertura ou não de investigação sobre a morte também é um jeito de contar sobre o engajamento ou interesse dos atores de sistema de Justiça em relação às mortes de pessoas privadas de liberdade.
“Nas mortes internas isso é ainda mais grave porque a pessoa estava totalmente sob a custódia do Estado, cumprindo uma pena em função de uma decisão tomada inicialmente pelo Ministério Público e pelo Judiciário. Imaginar que ninguém buscou a produção de perícia, apuração para expressar a causa dessa morte é um ponto muito sério, grave. A família fica sem essa informação e dificulta a lidar com políticas públicas para poder intervir no problema”, conclui Machado.
Renato Sérgio Lima concorda com a pesquisadora ao mencionar que não saber o motivo da morte dentro do sistema prisional é grave. Isso mostra, na sua visão, que as prisões viraram quase que depósito de pessoas e um ambiente extremamente de risco.
“Teoricamente a prisão precisaria ser um espaço onde o Estado retira a liberdade, mas garante a integridade da pessoa. E a gente vê no estudo que não é bem assim. A letalidade prisional começa a se agravar não só pelos assassinatos, mas também por doenças, pelas condições da superlotação prisional”, afirma Lima
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Leia maisMulher grávida é atropelada em viaduto de SP e cai de dez metros de altura
Uma mulher de 25 anos, grávida de dois meses, foi atropelada por um carro e caiu do viaduto do Gasômetro, no Brás (região central de SP), de uma altura de dez metros, na manhã desta terça-feira, 16. Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada ao Hospital das Clínicas.
A mulher, cujo nome não foi divulgado, caminhava sozinha pela calçada do viaduto do Gasômetro, por volta das 9h30, quando um Fiat Argo branco desgovernado a atingiu. O carro bateu na grade de proteção do viaduto, rompeu-a e só parou com a roda esquerda dianteira já no ar. A mulher foi lançada abaixo, numa queda de dez metros.
Os bombeiros foram chamados e a mulher foi encaminhada ao Hospital das Clínicas no helicóptero Águia, da Polícia Militar. Segundo informações preliminares dos bombeiros, ela fraturou uma perna e teve ferimentos na cabeça. O hospital informou que não tem autorização para prestar informações sobre o estado de saúde dela.
O motorista do Argo não teve seu nome divulgado. Segundo os bombeiros, ele sofreu ferimentos leves. Até a publicação desta reportagem, não havia informações sobre a causa do acidente.
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Leia maisQuatro em dez alunos brasileiros do 4º ano não dominam a leitura
Entre os estudantes brasileiros do 4º ano do ensino fundamental (EF), 38% não dominam habilidades básicas de leitura. Por exemplo, apresentam dificuldades em recuperar e reproduzir parte da informação declarada no texto.
Os dados são do Estudo Internacional de Progresso em Leitura (PIRLS) de 2021. Ele foi realizado em 65 países e regiões do mundo pela Associação Internacional para Avaliação do Desempenho Educacional (IEA), responsável por avaliar habilidades de leitura dos estudantes matriculados no 4º ano de escolarização. Os técnicos entendem que nessa fase da trajetória escolar, o aluno, normalmente, já aprendeu a ler e essa leitura é um instrumento para novos aprendizados.
Enquanto no Brasil 38% dos estudantes não dominam a leitura, em outros 21 países esse percentual não passa de 5%. Dentre eles Irlanda (2%), Finlândia (4%), Inglaterra (3%), Singapura (3%) e Espanha (5%).
O relatório mostra ainda que cerca de 24% dos alunos brasileiros dominam apenas as habilidades básicas de leitura. Somente 13% dos avaliados no país podem ser considerados proficientes em compreensão da leitura no 4º ano de escolarização, pois alcançaram nível alto ou avançado desta habilidade.
O PIRLS 2021 avaliou mais de 400 mil estudantes em mais de 13 mil escolas, em 57 países e oito regiões classificadas como “padrões de referência”, como localidades do Canadá, Emirados Árabes (Abu Dhabi e Dubai) e Moscou, na Rússia.
A pontuação média alcançada pelos estudantes brasileiros (419 pontos) está no nível mais baixo da escala pedagógica de proficiência do PIRLS, com quatro níveis. De acordo com relatório do PIRLS 2021, o desempenho dos estudantes brasileiros na leitura “é significativamente inferior a outros 58 países, de total de 65 países e regiões de referência participantes”.
O Brasil teve desempenho semelhante ao dos estudantes do Kosovo (421) e Irã (413), e superior somente aos desempenhos da Jordânia (381), Egito (378), Marrocos (372) e África e do Sul (288). No outro extremo, no nível Avançado, com os melhores resultados, estão: Singapura (587 pontos); Irlanda (577 pontos) e Hong Kong (573).
A edição de 2021 contou com participação do Brasil pela primeira vez. Ao todo, 187 escolas brasileiras participaram das avaliações, com 248 turmas de 4º ano do ensino fundamental e 4.941 estudantes, distribuídos em 143 municípios de 24 estados.
Em entrevista à Agência Brasil, o diretor do instituto Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Ernesto Martins, destacou a importância do país integrar uma pesquisa educacional comparativa. “É um marco o Brasil participar do PIRLS, essa avaliação de leitura, porque é importante o Brasil se comparar com o mundo para a gente ver de fato se a aprendizagem, o ensino que a gente está fazendo aqui, está bem na perspectiva internacional”.
O PIRLS 2021 mostrou que o Brasil, além de se destacar negativamente pelo baixo desempenho na qualidade da leitura, também apresenta desigualdades no sistema educacional associadas às origens socioeconômicas dos estudantes, ao sexo e à cor.
No Brasil, o levantamento internacional de 2021 apontou que as meninas se sobressaem no desempenho em compreensão leitora com um resultado médio de 431 pontos, significativamente superior ao resultado médio dos meninos (408 pontos). Os estudantes autodeclarados brancos e amarelos apresentaram desempenho médio em compreensão leitora de 457 pontos, enquanto os estudantes pretos, pardos e indígenas têm uma estimativa pontual média de 399 pontos.
Em relação ao Brasil, o PIRLS declarou que a pandemia do COVID-19 impactou na aplicação dos testes no país, uma vez que a maioria das escolas operavam em regime remoto ou híbrido com o presencial, o que reduziu a participação das unidades de ensino e dos alunos.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela logística da aplicação da avaliação internacional no Brasil, ressaltou o contexto dessa avaliação, ocorrida durante a pandemia.
Já o diretor do Iede, Ernesto Martins, discorda do ponto ressaltado pelo Inep. Ele argumenta que os resultados ruins são anteriores à pandemia. “É uma pena a gente não tem aderido ao PIRLS antes da pandemia. Seria bom a gente entender melhor qual foi o efeito da pandemia e o que é efeito de uma etapa que já não funcionava tão bem antes da pandemia. Acho difícil imaginar que o resultado ruim do Brasil se deve só à pandemia, porque o Brasil está muito atrás dos países desenvolvidos”.
O PIRLS recomendou intervenção do governo brasileiro “por meio de políticas públicas ainda na etapa educacional avaliada pelo PIRLS, mas também pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) do 2º e 5º ano para evitar a repetição do baixo desempenho dos estudantes do primeiro ciclo do ensino fundamental ao longo de sua trajetória educacional.
O diretor do Iede elegeu prioridades ao governo brasileiro na gestão da educação para diminuir a distância para o desempenho de nações desenvolvidas. “Precisamos de um sistema de ensino que dê muito suporte aos estudantes, acompanhe de perto, entendendo o contexto das crianças. Além de criar o hábito de leitura desde cedo. Porque esse estudante pode não ter o hábito de ser leitor fora do ambiente escolar, até por questões de família”. Ele acrescentou ser necessário trabalhar em políticas estruturantes, como formação de professores, para garantir uma melhora.
Na semana passada, o Ministério da Educação anunciou a ampliação de vagas de tempo integral em escolas do ensino fundamental. O governo federal planeja também o lançamento de um novo Pacto pela Alfabetização na Idade Certa e realiza uma pesquisa nacional com professores alfabetizadores para compreender quais são os conhecimentos e as habilidades que uma criança alfabetizada deve ter.
O diretor do Iede, Ernesto Martins, comparou a avaliação internacional do PIRLS às avaliações nacionais gerenciadas pelo Inep: o Saeb e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que de acordo com Ernesto, avaliam apenas alguns domínios da educação básica brasileira.
“Temos uma preocupação em relação ao Saeb ser pouco exigente. Se você comparar o Saeb com o PIRLS, por exemplo, não vê no Saeb textos tão longos como existem no PIRLS. Então, tem uma questão de complexidade diferente das avaliações”.
Para Martins, a solução passa por aumentar o nível de exigência das avaliações nacionais. “Acho que o Saeb e Ideb trouxeram uma grande contribuição para a gente fazer um monitoramento maior das aprendizagens. Ajudou as escolas a garantirem habilidades básicas que antes não estavam sendo garantidas, mas a gente precisa puxar a barra da avaliação [para cima]. Porque tem uma avaliação externa dizendo que o Brasil está muito mal, nos anos iniciais. E, ao mesmo tempo, há uma avaliação nacional que diz que os alunos vão muito bem. Tem um problema com a nossa régua”, conclui.
Em resposta, o Inep destacou o rigor técnico das avaliações aplicadas nacionais e internacionais sob responsabilidade do instituto vinculado ao Ministério da Educação (MEC). “[As avaliações] têm características próprias, mas todas são realizadas com o rigor técnico necessário para garantir a fidedignidade da medida. O que se deve observar é que, de fato, o Saeb e o PIRLS avaliam públicos diferentes com metodologias diferentes. Mas não se verifica contradição entre os resultados. As informações são complementares e ajudam a entender melhor o cenário educacional, a fim de planejar intervenções mais eficientes para sanar as lacunas de aprendizagem identificadas”.
O Inep detalhou que os resultados da última edição do Saeb, em 2021, mostram que no 2º ano do ensino fundamental, 33,6% dos estudantes ainda leem apenas palavras isoladas. E no 5º ano, 28,4% dos estudantes localizam informações explícitas em textos narrativos curtos, informativos e anúncios, e interpretam linguagem verbal e não verbal em tirinhas de ilustrações quadrinhos, mas, de fato, ainda não compreendem o sentido de palavras e expressões, por exemplo.
O PIRLS é realizado desde 2001 pela Associação Internacional para Avaliação do Desempenho Educacional (IEA), que reúne instituições de pesquisa, órgãos governamentais e especialistas que se dedicam à realização de diferentes estudos e pesquisas educacionais comparativas.
A avaliação das habilidades de leitura pelo PIRLS está dividida em dois eixos. A experiência literária, com textos com função estética e lúdica. E a leitura de textos informativos que têm o objetivo de comunicar e esclarecer sobre um determinado tema. As provas aplicadas no fim de 2021 e início de 2022 foram nos formatos digital e em papel, conforme a localidade do mundo. No Brasil, o modelo adotado pelo Inep foi no papel.
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Leia maisBrasil fica entre os últimos em prova internacional de alfabetização com 65 países
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Brasil ficou à frente de apenas quatro países em uma avaliação internacional de alfabetização aplicada em 2021 a estudantes de 65 países e regiões. Os dados do Pirls (sigla em inglês para Progress in International Reading Literacy Study) foram divulgados nesta terça-feira (16).
Foi a primeira vez que o país participou da avaliação, realizada pela IEA (International Association for the Evaluation of Educational Achievement), uma cooperativa de instituições de pesquisa, órgãos governamentais e especialistas dedicada à realização de estudos e pesquisas educacionais.
A inclusão do Brasil no Pirls foi uma iniciativa do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No Pirls, os alunos brasileiros obtiveram uma média de 419 pontos. Esse desempenho fica acima apenas de Jordânia, Egito, Marrocos e África do Sul, este último com uma média de 288 pontos. É similar, por outro lado, ao resultado de Kosovo e Irã. Já países como Azerbaijão e Uzbequistão conseguiram resultados melhores que os do Brasil. Nenhum outro país da América Latina participou da avaliação.
Os melhores desempenhos foram aferidos em Singapura (587), Irlanda (577) e Hong Kong (573).
No Brasil, uma amostra de 4.941 estudantes do 4º do ano do ensino fundamental fizeram a prova. Ao ser realizada em 2021, reflete impactos da pandemia de Covid-19 e do consequente fechamento de escolas.
Dados da avaliação federal, o Saeb, do mesmo ano, haviam mostrado prejuízos do período nos resultados de aprendizagem dos estudantes de todas as etapas da educação básica, sobretudo entre os mais novos.
A pontuação média alcançada pelos alunos brasileiros localiza o país no nível baixo da escala de proficiência do Pirls. Quase 4 em cada 10 estudantes brasileiros não dominavam as habilidades mais básicas de leitura –não sabiam, por exemplo, recuperar e reproduzir um pedaço de informação explicitamente declarada no texto.
Em 21 países ou regiões, o percentual de estudantes sem qualquer domínio de compreensão leitora não passa de 5%. A exemplo de Irlanda (2%), Finlândia (4%), Inglaterra (3%), Singapura (3%) e Espanha (5%), de acordo com os resultados.
Os dados mostram que apenas 13% dos estudantes brasileiros podiam ser considerados proficientes em compreensão leitora, o que os colocaria em nível alto ou avançado de proficiência. Na Espanha e em Portugal, por exemplo, esse percentual atinge a marca de 36% e 35%, respectivamente.
O Pirls reforça o cenário de desigualdade no sistema educacional brasileiro. A diferença no desempenho médio entre os estudantes com alto nível socioeconômico e baixo nível socioeconômico no país foi de 156 pontos.
No nível internacional, essa diferença é de 86 pontos entre os dois grupos, ressalta o sumário executivo do estudo produzido pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).
Também há desigualdades no âmbito racial. Os estudantes autodeclarados brancos e amarelos possuem um desempenho médio em compreensão leitora de 457 pontos, enquanto os estudantes pretos, pardos e indígenas têm 399 pontos, em média.
Já o desempenho das meninas se sobressai na comparação com os meninos. Elas conseguem um resultado médio de 431 pontos, “significativamente superior ao resultado médio dos meninos”, de 408 pontos.
A amostra de estudantes brasileiros participantes foi colhida em 187 escolas públicas e privadas do 4º ano (trata-se, predominantemente, de alunos de 9 anos de idade).
O 4º ano de escolarização foi escolhido pela IEA por corresponder a uma fase em que os estudantes geralmente já consolidaram seu aprendizado em leitura e, assim, transitam do “aprender a ler” para o “ler para aprender”. No Brasil, a Base Nacional Comum Curricular estipula o 2º ano como meta para a alfabetização, já o PNE (Plano Nacional de Educação) colocou o 3º ano como base de corte.
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promete apresentar em breve um novo pacto pela alfabetização na idade certa. A ação é considerada uma das prioridades da gestão na área da educação.
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Leia maisApós Lula liberar R$ 7,3 bilhões, Barroso revoga decisão que suspendeu piso da enfermagem
Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionar a abertura de crédito especial de R$ 7,3 bilhões para auxiliar Estados e municípios a pagar o piso salarial da enfermagem, o ministro Luís Roberto Barroso revogou decisão que suspendia a remuneração base para a categoria. O ministro da Corte máxima indicou que, no setor público, os valores devem ser pagos nos limites do estabelecido pela União, observando orientação do Ministério da Saúde. Já na iniciativa privada, o ministro previu a possibilidade de negociação coletiva e indicou que os soldos devem ser pagos a partir do dia 1º de julho.
A decisão foi submetida a referendo dos demais ministros do STF em sessão virtual que terá início na sexta-feira, 19. Assim como a liminar que suspendeu o piso da enfermagem, o despacho que restabelece a remuneração base foi proferida no bojo de ação movida pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços.
Em despacho assinado nesta segunda-feira, 15, Barroso entendeu que a decisão que suspendeu o piso salarial da enfermagem “cumpriu parte do seu propósito” ao mobilizar os “Poderes Executivo e Legislativo a destinarem os recursos necessários para custeio do piso salarial pelos entes subnacionais e entidades filantrópicas”. A suspensão foi determinada sob alegação de ausência de indicação da fonte de custeio e considerando os impactos lei que estabeleceu a base de remuneração para os enfermeiros e os riscos para empregabilidade e para a qualidade dos serviços de saúde.
Por outro lado, Barroso fez ressalvas sobre o crédito liberado pela União para auxiliar Estados e municípios a arcarem com o novo piso salarial. Segundo o ministro, o montante não custearia toda a implementação da nova base de remuneração. Informações juntadas autos indicaram que o impacto financeiro da implementação, no primeiro ano, seria de R$ 10,5 bilhões somente para os municípios.
De acordo com o ministro, não se pode impor piso salarial a Estados e municípios sem aporte integral de recursos para cobrir a diferença na remuneração, sob pena de comprometer sua autonomia financeira das unidades federativas.
Nessa linha, no caso dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios, e de empresas que atendam, no mínimo, 60% de seus pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Barroso determinou que a obrigatoriedade do piso “só existe no limite dos recursos recebidos da União, não impedindo que entes que tiverem essa possibilidade arquem com a implementação”.
Setor privado.
Parte da decisão inicialmente dada por Barroso segue em vigor: a suspensão do trecho da lei que instituiu o piso que impedia negociação coletiva em qualquer situação. A possibilidade de acordo coletivo para pagamento abaixo do piso foi mantida no caso da iniciativa privada.
A medida foi mantida em razão de Barroso entender que o financiamento federal não diminui o impacto do piso salarial sobre o setor privado. “Subsistem os riscos dos efeitos nocivos mencionados na medida cautelar: a probabilidade de demissões em massa de profissionais da enfermagem, notadamente no setor privado, e o prejuízo à manutenção da oferta de leitos e demais serviços hospitalares.”
Barroso entendeu que a decisão que suspendeu o piso salarial da enfermagem “cumpriu parte do seu pro… Read MoreBrasil Notícias ao Minuto Brasil – Brasil
Leia maisMarinha alerta para ondas de até 3 metros no litoral de SP e ES
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Marinha emitiu alerta sobre a passagem de uma frente fria que pode afetar a faixa litorânea de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Há possibilidade de ressaca marítima e ondas de até três metros de altura de Ilhabela (SP) a São Mateus (ES). O alerta vigora entre esta terça (16) e quinta (18).
Nas noites de terça e quarta, a velocidade dos ventos pode chegar a 60 km por hora entre Maricá (RJ) e Vitória (ES).
A Marinha sugere que os navegantes consultem as informações das condições do tempo no Facebook do Serviço Meteorológico Marinho.
Recomendações de segurança em caso de ressaca marítima:
Evite o banho de mar em áreas que estejam em condições de ressaca.
Evite a prática de esportes no mar.
Não permaneça em mirantes na orla ou em locais próximos ao mar durante o período de ressaca.
Frequentadores de praias devem seguir as orientações do Corpo de Bombeiros.
Pescadores devem evitar navegar durante o período de ressaca.
Evite trafegar de bicicleta na orla caso as ondas estejam atingindo a ciclovia.
Não entre no mar para resgatar vítimas de acidente. Neste caso, acione imediatamente as equipes do Corpo de Bombeiros.
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A Prefeitura Municipal de Cruzeiro do Oeste por meio da Secretaria de Assistência Social programou atividades durante todo o mês de maio, referentes a campanha “Faça Bonito”, que busca conscientizar a população sobre o combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes no munícipio de Cruzeiro do Oeste.
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Paula Lunnara, uma jovem de 25 anos, desempenha um papel fundamental na limpeza pública de Teresina, no Piauí. Apesar de muitas vezes subestimada e pouco valorizada, ela decidiu usar as redes sociais para compartilhar sua paixão pela profissão e promover uma visão positiva do trabalho que realiza.
Em entrevista ao G1, Paula explica sua motivação: “Comecei a gravar para que outras pessoas também possam se inspirar. Quando nos concentramos em uma conquista, seguimos em frente. Há pessoas que desprezam seus trabalhos, mas é preciso saber agradecer.” Em sua conta no Instagram, ela compartilha fotos e vídeos, mostrando-se animada e orgulhosa enquanto executa suas tarefas diárias pelas ruas da cidade, vestindo seu uniforme de trabalho.
Nesta terça-feira, o Brasil celebra o Dia do Gari, uma data que reconhece a importância e o papel essencial dos trabalhadores da limpeza pública na manutenção das cidades em pleno funcionamento.
Paula Lunnara é um exemplo inspirador de determinação e valorização do trabalho que desempenha, contribuindo para mudar a percepção sobre os profissionais da limpeza e sua relevância na sociedade.
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