Criança de 4 anos morre em incêndio dentro de casa no Rio de Janeiro

A Polícia Civil está investigando a morte de um menino de quatro anos em um incêndio que ocorreu no último fim de semana em uma casa na zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com informações iniciais, o fogo teria sido causado por um curto-circuito no ventilador do quarto onde a criança dormia.

Testemunhas relataram que os pais tentaram combater as chamas com a ajuda dos vizinhos antes da chegada dos bombeiros, mas infelizmente o menino foi encontrado sem vida.

As autoridades ouviram os pais e testemunhas e estão investigando o caso para determinar as causas do incêndio.

O fogo teria sido provocado por um curto-circuito no ventilador do quarto onde o menino Nicolas Henr…Read More

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Governo Lula vai suspender implementação do novo ensino médio e mudanças no Enem

BRASÍLIA e SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pressionado por críticas crescentes de educadores e estudantes, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai suspender a implementação do novo ensino médio. Uma portaria deve ser publicada nos próximos dias com a alteração do cronograma para as mudanças.

O texto também vai sustar a reforma do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) prevista para 2024, que adequaria o exame ao novo formato da etapa final da educação básica. O Enem é a principal porta de entrada para o ensino superior público no país.

Essa suspensão ocorrerá, inicialmente, no período previsto para a consulta pública sobre o tema. Iniciada em março, a consulta tem 90 dias de duração, com possibilidade de prorrogação, e mais 30 dias para o MEC (Ministério da Educação) elaborar um relatório que vai definir o futuro da política.

A alteração do cronograma não anula a reforma, mas tira a obrigatoriedade das redes de ensino de continuarem processo de implementação durante esse tempo, na avaliação de integrantes da equipe do MEC. Na prática, as aulas para os estudantes que já estão sob as novas regras não devem sofrer mudanças, mas as escolas terão autonomia para avançar ou não com as adaptações, que vêm sendo alvo de críticas e de protestos.

O novo modelo de ensino médio começou para os alunos do 1º ano em 2022, e o calendário atual, que deve ser anulado, prevê a implantação para o 2º ano em 2023 até chegar no 3º em 2024.

A mudança no prazo foi a saída encontrada pelo governo para acalmar os ânimos dos críticos e evitar maiores impactos à imagem do governo e do presidente Lula. Uma revogação total da medida dependeria de atuação do Congresso, por ter ocorrido por lei, mas a alteração no prazo é possível porque o cronograma foi definido por outra portaria, de julho de 2021.

A principal consequência imediata da decisão recai sobre o Enem. O exame continuará em 2024 com o formato atual, e não será reformulado como estava previsto.

Em entrevista ao jornal Diário do Nordeste, o ministro da Educação, Camilo Santana, disse que será suspensa “qualquer mudança no Enem em relação a 2024 por conta dessa questão do novo ensino médio”. Questionado sobre detalhes da medida, o MEC não respondeu.

Apesar da pressão, Camilo se opõe à revogação do novo ensino médio. Ele defende ajustes no modelo e que a demolição da medida seria um retrocesso.

A portaria com a suspensão tem anuência da equipe próxima ao presidente Lula. A avaliação do Palácio do Planalto é de que o governo tem sofrido desgastes exagerados ao manter a reforma, sobretudo entre estudantes -os jovens não representariam uma base consolidada de apoio ao presidente porque não viveram os anos dos dois mandatos de Lula.

O novo ensino médio foi aprovado em 2017, a partir de medida provisória (que acelera a tramitação legislativa), e prevê a organização da grade horária em duas partes.

Pelas novas regras, 60% da carga horária dos três anos são compostos por disciplinas regulares, comuns a todos os estudantes. Os outros 40% são destinados às disciplinas optativas dentro de grandes áreas do conhecimento, os chamados itinerários formativos.

A implementação do novo formato se tornou obrigatória em 2022 e tem registrado uma série de problemas. Os estudantes reclamam, principalmente, de terem perdido tempo de aula de disciplinas tradicionais. Há casos de conteúdos desconectados do currículo e de falta de opções para os estudantes.
A suspensão não agrada a secretários estaduais de Educação, que argumentam ter realizado trabalho importante para estruturar o novo modelo. Mais de 80% das matrículas do ensino médio estão nas redes estaduais.

Vitor de Angelo, presidente do Consed (órgão que reúne os dirigentes estaduais de Educação), disse que a entidade se mantém favorável à continuidade da política. Para ele, a suspensão é uma medida radical, que pode desperdiçar o investimento de recursos financeiros, humanos e de tempo empenhados pelas redes para colocar o modelo em prática.

“Suspender ou revogar a lei do novo ensino médio significa que é preciso ter alguma proposta para colocar no lugar do que temos. E até agora não há nada. Então, vamos voltar ao que tínhamos antes? Para um passado que não funcionava? Não existe vazio na educação, suspender, sem ter proposta, significa voltar ao modelo antigo que não funcionava”, diz.

Desde o início deste ano, estudantes, professores e especialistas da área cobram do governo Lula a revogação do novo ensino médio. A reivindicação motivou um protesto em 15 de março, em uma primeira rusga de entidades estudantis com a gestão petista.

ITINERÁRIOS DO NOVO ENSINO MÉDIO SÃO ATÉ SORTEADOS

Criados com o objetivo de dar aos jovens a opção de escolher uma área para aprofundar os estudos, os itinerários do novo ensino médio estão, na prática, sendo impostos e até mesmo sorteados entre os estudantes nas escolas estaduais do país, como mostrou a Folha.

Por falta de professores, espaço físico, laboratórios e turmas lotadas, as escolas não conseguem atender a opção feita por todos os alunos e acabam por colocá-los para cursar os itinerários disponíveis. Sem ter a escolha respeitada, os estudantes têm 40% das aulas do ensino médio em áreas que não são as de seu interesse.

A consulta pública instituída pelo MEC prevê audiências públicas, oficinas de trabalho, seminários e pesquisas nacionais com estudantes, professores e gestores escolares sobre a experiência de implementação do novo ensino médio em todos os estados.

ENTENDA O NOVO ENSINO MÉDIO

O QUE É

Política aprovada em 2017, por medida provisória, durante Temer (MDB), definiu que parte da carga horária seria escolhida pelos estudantes para que pudessem aprofundar os conhecimentos na área de maior interesse

ESTRUTURA

Ampliou o número de horas de aulas anuais obrigatórias para a etapa, passando de 800 para ao menos 1.000. Assim, a carga horária total do ensino médio foi ampliada em 25%, de 2.400 para 3.000 horas, sendo:
60% reservados para a carga horária comum, com as disciplinas regulares
40% formados por optativas dentro de cinco grandes áreas do conhecimento, os chamados itinerários formativos

LIMITAÇÕES

Ao longo dos três anos da etapa, o tempo dedicado às disciplinas tradicionais não pode ultrapassar 1.800 horas. Como antes as escolas tinham 2.400 horas para distribuir as aulas das matérias comuns, na prática, o teto reduziu o tempo dedicado exclusivamente para disciplinas como matemática, português, história e geografia

DEFINIÇÃO DE ITINERÁRIOS E DISCIPLINAS

A lei diz que as redes de ensino têm liberdade para definir quais itinerários e disciplinas querem criar, desde que estejam dentro de uma das cinco áreas do conhecimento estabelecidas

PARA QUEM VALE

Todas as escolas públicas e privadas do país. Cerca de 7 milhões de estudantes foram impactados com a política, a maioria deles (cerca de 85%) estão matriculados em escolas das redes estaduais de ensino

PRAZOS

A lei estabeleceu um prazo de cinco anos para as redes de ensino se prepararem, seguindo o seguinte cronograma:
1º ano do ensino médio em 2022
2º ano em 2023
Todos os três anos da etapa até 2024
Muitas redes, no entanto, começaram a implementação antes, como a rede estadual paulista, que iniciou o processo em 2021

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TRT mantém demissão de técnica de enfermagem que chamou bebê de macaquinho

SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – O TRT-MG manteve a demissão por justa causa de uma técnica de enfermagem que chamou um recém-nascido de “macaquinho”.

A técnica de enfermagem disse a uma mãe de gêmeos que acompanhava um dos filhos recém-nascidos que estava internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) que “seu menino parece um macaquinho”.

A mãe teve, então, uma “crise de choro”, segundo uma testemunha do caso relatou ao TRT. Além disso, a funcionária teria passado a tratar a paciente de forma “bastante ríspida”, agravando o estado emocional dela. O caso foi levado à ouvidoria do hospital no dia seguinte e a profissional foi demitida quatro dias depois.

A profissional admitiu ter feito a comparação, mas alegou que “não teve intenção de ofender ou de discriminar”. A técnica de enfermagem argumentou que, ao fazer o comentário, lembrou da própria filha ao dizer, segundo ela, que “o seu filho/bebê é cabeludinho, igual à minha filha, que parecia um macaquinho”.

O desembargador André Schmidt de Brito, relator do caso, ressaltou que “o infeliz comentário” em relação a um dos bebês, “ainda que sem intenção pejorativa ou racista”, é ofensivo, e pontuou que a técnica de enfermagem sequer prosseguiu com “um necessário e esperado pedido de desculpas”. Ele disse que o comportamento denota “ausência de postura profissional condizente com o cargo ocupado”.

O caso aconteceu em Belo Horizonte, mas o Tribunal não especificou quando. A decisão foi divulgada na semana passada e atendeu a um recurso da unidade de saúde que pedia anulação da decisão da 38ª Vara do Trabalho de BH, que havia anulado a justa causa.

A profissional admitiu ter feito a comparação, mas alegou que “não teve intenção de ofender ou de di…Read More

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TRT mantém demissão de técnica de enfermagem que chamou bebê de macaquinho

SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – O TRT-MG manteve a demissão por justa causa de uma técnica de enfermagem que chamou um recém-nascido de “macaquinho”.

A técnica de enfermagem disse a uma mãe de gêmeos que acompanhava um dos filhos recém-nascidos que estava internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) que “seu menino parece um macaquinho”.

A mãe teve, então, uma “crise de choro”, segundo uma testemunha do caso relatou ao TRT. Além disso, a funcionária teria passado a tratar a paciente de forma “bastante ríspida”, agravando o estado emocional dela. O caso foi levado à ouvidoria do hospital no dia seguinte e a profissional foi demitida quatro dias depois.

A profissional admitiu ter feito a comparação, mas alegou que “não teve intenção de ofender ou de discriminar”. A técnica de enfermagem argumentou que, ao fazer o comentário, lembrou da própria filha ao dizer, segundo ela, que “o seu filho/bebê é cabeludinho, igual à minha filha, que parecia um macaquinho”.

O desembargador André Schmidt de Brito, relator do caso, ressaltou que “o infeliz comentário” em relação a um dos bebês, “ainda que sem intenção pejorativa ou racista”, é ofensivo, e pontuou que a técnica de enfermagem sequer prosseguiu com “um necessário e esperado pedido de desculpas”. Ele disse que o comportamento denota “ausência de postura profissional condizente com o cargo ocupado”.

O caso aconteceu em Belo Horizonte, mas o Tribunal não especificou quando. A decisão foi divulgada na semana passada e atendeu a um recurso da unidade de saúde que pedia anulação da decisão da 38ª Vara do Trabalho de BH, que havia anulado a justa causa.

A profissional admitiu ter feito a comparação, mas alegou que “não teve intenção de ofender ou de di…Read More

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Ataques de tubarão caem no mundo, enquanto Brasil tem maior taxa de letalidade

(FOLHAPRESS) – Os acidentes com tubarões em todo o mundo atingiram o menor patamar da última década em 2022: foram 57 ataques, com cinco mortes. No ano anterior, foram registrados 73 casos.

Em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid, também foram registrados 57 casos, fato atribuído ao menor número de pessoas no mar devido às restrições impostas pela emergência sanitária.

Os dados são do Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões, produzido pelo Museu de História Natural da Flórida (EUA). Nos últimos dez anos, só em 2022 e em 2020 foram registrados menos de 60 ataques por ano –o recorde são os 98 registros de 2015.

Apesar disso, o Brasil possui a maior taxa de letalidade nos ataques, de 30% (3 em 10) dos acidentes em 2021 -contra 1% e 14% nos dois locais com o maior número de registros de ataques de tubarão, a Flórida e a Austrália.

Segundo o biólogo e professor da Unesp Otto Bismarck, isso ocorre porque na Flórida os tubarões que mais provocam incidentes são o tubarão-galha-preta (Carcharhinus limbatus), menores e com menor risco de fatalidade, enquanto locais como Pernambuco têm as espécies cabeça-chata (Carcharhinus leucas) e tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier) como principais.

“Diferentes espécies estão envolvidas em diferentes riscos. Além disso, outro fator que vai influenciar a gravidade é a infraestrutura para realizar o primeiro resgate. Infelizmente aqui vemos com frequência dez, 20 pessoas em volta da pessoa com o ferimento filmando e poucos socorros sendo prestados”, lamenta.

Segundo Gavin Naylor, diretor do programa de pesquisa em tubarões do museu americano e coordenador da pesquisa, o mais importante é entender porque os números oscilaram tão pouco no período. .

“A flutuação do número de acidentes parece variar muito pouco, mas isso pode ser porque os lugares com maior infraestrutura e melhor comunicação são os que registram mais. É provável que outros acidentes ocorram em lugares onde não há o monitoramento tão preciso”, afirma ele.

A queda nos acidentes, segundo o relatório, pode estar atribuída a uma redução na população de todas as espécies de tubarões no mundo, mas também por medidas de segurança e conscientização nas praias.

“Mais e mais pessoas estão nas praias, e os acidentes só ocorrem quando há tubarões próximos às praias e muitas pessoas também no mar. Hoje temos alguns casos de sucesso de comunicação de risco e prevenção de acidentes em praias populosas no mundo”, diz.

Dentre as medidas citadas estão não entrar na água quando ela estiver com baixa visibilidade, evitar áreas onde são vistos peixes “pulando” para fora d’água ou linhas de pesca –uma vez que os tubarões podem estar caçando ativamente os peixes– e evitar usar joias, relógios e pulseiras no mar, uma vez que a luz pode refletir e o brilho pode ser confundido com uma presa.

Já os fatores que levam à queda nas populações de tubarões são a pesca excessiva, o desequilíbrio ambiental e a redução global de peixes nos oceanos, que são os alimentos preferenciais dos tubarões. Um estudo mostrou que os tubarões e raias de corais são os mais ameaçados do mundo, atrás somente dos mamíferos aquáticos.

Para Naylor, houve uma queda notável no número de acidentes fatais nos últimos cem anos. “Isso se deve muito por políticas locais de prevenção e de como agir em casos de mordida de tubarão, reduzindo significativamente o tempo entre o ataque e o atendimento médico”, explica. “No caso de uma mordida próximo à veia femoral, a janela de tempo é de minutos.”

Um dos modelos de sucesso no mundo citado pelo relatório é a Austrália, que tem a maior incidência de acidentes com tubarão branco (Carcharodon carcharias).

“É natural que isso ocorra porque lá existem dois fatores cruciais para o maior número de registro: muitas pessoas na água e o maior tubarão conhecido, também em quantidade, próximos à costa. Por isso foi fundamental que o público, assim como as autoridades, também fosse orientado a como agir caso ocorresse um acidente”, afirma Naylor.

O pesquisador brasileiro aponta que o risco de um acidente com tubarão acontecer ainda permanece raro. “Pode ter certeza que na água o risco é muito maior de morrer por outras coisas, como afogamento ou outros acidentes”, diz.

“E, para cada pessoa que vê um tubarão, com certeza outros tubarões já viram mil pessoas. A diferença é que, em geral, eles fogem e vão em busca de presas, enquanto os ataques ocorrem em situações particulares, quando eles estão famintos ou quando mordem por acidente”, explica o cientista da Flórida.
*
O QUE FAZER PARA EVITAR UM ATAQUE DE TUBARÃO

Antes de avistar
– Ver se o local está com algum aviso de interdição
– Checar a visibilidade da água (não entrar se estiver com pouca visibilidade)
– Evitar entrar na água no período do entardecer até o amanhecer
– Não entrar na água sozinho
– Não entrar na água se tiverem linhas de pesca ou peixes próximos
– Evitar usar joias, relógios e pulseiras metálicas
– Não urinar ou fazer necessidades na água (o cheiro pode atrair os animais)Na água, ao avistar um tubarão
– Não se assustar ou sair debatendo e espalhando água (os tubarões podem interpretar como sinal de fraqueza)
– Gritar (eles tendem a se afugentar)
– Manter a calma e tentar sair do mar o mais rápido possível

O Brasil possui a maior taxa de letalidade nos ataques, de 30% (3 em 10) dos acidentes em 2021 -cont…Read More

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Ataques de tubarão caem no mundo, enquanto Brasil tem maior taxa de letalidade

(FOLHAPRESS) – Os acidentes com tubarões em todo o mundo atingiram o menor patamar da última década em 2022: foram 57 ataques, com cinco mortes. No ano anterior, foram registrados 73 casos.

Em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid, também foram registrados 57 casos, fato atribuído ao menor número de pessoas no mar devido às restrições impostas pela emergência sanitária.

Os dados são do Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões, produzido pelo Museu de História Natural da Flórida (EUA). Nos últimos dez anos, só em 2022 e em 2020 foram registrados menos de 60 ataques por ano –o recorde são os 98 registros de 2015.

Apesar disso, o Brasil possui a maior taxa de letalidade nos ataques, de 30% (3 em 10) dos acidentes em 2021 -contra 1% e 14% nos dois locais com o maior número de registros de ataques de tubarão, a Flórida e a Austrália.

Segundo o biólogo e professor da Unesp Otto Bismarck, isso ocorre porque na Flórida os tubarões que mais provocam incidentes são o tubarão-galha-preta (Carcharhinus limbatus), menores e com menor risco de fatalidade, enquanto locais como Pernambuco têm as espécies cabeça-chata (Carcharhinus leucas) e tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier) como principais.

“Diferentes espécies estão envolvidas em diferentes riscos. Além disso, outro fator que vai influenciar a gravidade é a infraestrutura para realizar o primeiro resgate. Infelizmente aqui vemos com frequência dez, 20 pessoas em volta da pessoa com o ferimento filmando e poucos socorros sendo prestados”, lamenta.

Segundo Gavin Naylor, diretor do programa de pesquisa em tubarões do museu americano e coordenador da pesquisa, o mais importante é entender porque os números oscilaram tão pouco no período. .

“A flutuação do número de acidentes parece variar muito pouco, mas isso pode ser porque os lugares com maior infraestrutura e melhor comunicação são os que registram mais. É provável que outros acidentes ocorram em lugares onde não há o monitoramento tão preciso”, afirma ele.

A queda nos acidentes, segundo o relatório, pode estar atribuída a uma redução na população de todas as espécies de tubarões no mundo, mas também por medidas de segurança e conscientização nas praias.

“Mais e mais pessoas estão nas praias, e os acidentes só ocorrem quando há tubarões próximos às praias e muitas pessoas também no mar. Hoje temos alguns casos de sucesso de comunicação de risco e prevenção de acidentes em praias populosas no mundo”, diz.

Dentre as medidas citadas estão não entrar na água quando ela estiver com baixa visibilidade, evitar áreas onde são vistos peixes “pulando” para fora d’água ou linhas de pesca –uma vez que os tubarões podem estar caçando ativamente os peixes– e evitar usar joias, relógios e pulseiras no mar, uma vez que a luz pode refletir e o brilho pode ser confundido com uma presa.

Já os fatores que levam à queda nas populações de tubarões são a pesca excessiva, o desequilíbrio ambiental e a redução global de peixes nos oceanos, que são os alimentos preferenciais dos tubarões. Um estudo mostrou que os tubarões e raias de corais são os mais ameaçados do mundo, atrás somente dos mamíferos aquáticos.

Para Naylor, houve uma queda notável no número de acidentes fatais nos últimos cem anos. “Isso se deve muito por políticas locais de prevenção e de como agir em casos de mordida de tubarão, reduzindo significativamente o tempo entre o ataque e o atendimento médico”, explica. “No caso de uma mordida próximo à veia femoral, a janela de tempo é de minutos.”

Um dos modelos de sucesso no mundo citado pelo relatório é a Austrália, que tem a maior incidência de acidentes com tubarão branco (Carcharodon carcharias).

“É natural que isso ocorra porque lá existem dois fatores cruciais para o maior número de registro: muitas pessoas na água e o maior tubarão conhecido, também em quantidade, próximos à costa. Por isso foi fundamental que o público, assim como as autoridades, também fosse orientado a como agir caso ocorresse um acidente”, afirma Naylor.

O pesquisador brasileiro aponta que o risco de um acidente com tubarão acontecer ainda permanece raro. “Pode ter certeza que na água o risco é muito maior de morrer por outras coisas, como afogamento ou outros acidentes”, diz.

“E, para cada pessoa que vê um tubarão, com certeza outros tubarões já viram mil pessoas. A diferença é que, em geral, eles fogem e vão em busca de presas, enquanto os ataques ocorrem em situações particulares, quando eles estão famintos ou quando mordem por acidente”, explica o cientista da Flórida.
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O QUE FAZER PARA EVITAR UM ATAQUE DE TUBARÃO

Antes de avistar
– Ver se o local está com algum aviso de interdição
– Checar a visibilidade da água (não entrar se estiver com pouca visibilidade)
– Evitar entrar na água no período do entardecer até o amanhecer
– Não entrar na água sozinho
– Não entrar na água se tiverem linhas de pesca ou peixes próximos
– Evitar usar joias, relógios e pulseiras metálicas
– Não urinar ou fazer necessidades na água (o cheiro pode atrair os animais)Na água, ao avistar um tubarão
– Não se assustar ou sair debatendo e espalhando água (os tubarões podem interpretar como sinal de fraqueza)
– Gritar (eles tendem a se afugentar)
– Manter a calma e tentar sair do mar o mais rápido possível

O Brasil possui a maior taxa de letalidade nos ataques, de 30% (3 em 10) dos acidentes em 2021 -cont…Read More

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Ataques de tubarão caem no mundo, enquanto Brasil tem maior taxa de letalidade

(FOLHAPRESS) – Os acidentes com tubarões em todo o mundo atingiram o menor patamar da última década em 2022: foram 57 ataques, com cinco mortes. No ano anterior, foram registrados 73 casos.

Em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid, também foram registrados 57 casos, fato atribuído ao menor número de pessoas no mar devido às restrições impostas pela emergência sanitária.

Os dados são do Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões, produzido pelo Museu de História Natural da Flórida (EUA). Nos últimos dez anos, só em 2022 e em 2020 foram registrados menos de 60 ataques por ano –o recorde são os 98 registros de 2015.

Apesar disso, o Brasil possui a maior taxa de letalidade nos ataques, de 30% (3 em 10) dos acidentes em 2021 -contra 1% e 14% nos dois locais com o maior número de registros de ataques de tubarão, a Flórida e a Austrália.

Segundo o biólogo e professor da Unesp Otto Bismarck, isso ocorre porque na Flórida os tubarões que mais provocam incidentes são o tubarão-galha-preta (Carcharhinus limbatus), menores e com menor risco de fatalidade, enquanto locais como Pernambuco têm as espécies cabeça-chata (Carcharhinus leucas) e tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier) como principais.

“Diferentes espécies estão envolvidas em diferentes riscos. Além disso, outro fator que vai influenciar a gravidade é a infraestrutura para realizar o primeiro resgate. Infelizmente aqui vemos com frequência dez, 20 pessoas em volta da pessoa com o ferimento filmando e poucos socorros sendo prestados”, lamenta.

Segundo Gavin Naylor, diretor do programa de pesquisa em tubarões do museu americano e coordenador da pesquisa, o mais importante é entender porque os números oscilaram tão pouco no período. .

“A flutuação do número de acidentes parece variar muito pouco, mas isso pode ser porque os lugares com maior infraestrutura e melhor comunicação são os que registram mais. É provável que outros acidentes ocorram em lugares onde não há o monitoramento tão preciso”, afirma ele.

A queda nos acidentes, segundo o relatório, pode estar atribuída a uma redução na população de todas as espécies de tubarões no mundo, mas também por medidas de segurança e conscientização nas praias.

“Mais e mais pessoas estão nas praias, e os acidentes só ocorrem quando há tubarões próximos às praias e muitas pessoas também no mar. Hoje temos alguns casos de sucesso de comunicação de risco e prevenção de acidentes em praias populosas no mundo”, diz.

Dentre as medidas citadas estão não entrar na água quando ela estiver com baixa visibilidade, evitar áreas onde são vistos peixes “pulando” para fora d’água ou linhas de pesca –uma vez que os tubarões podem estar caçando ativamente os peixes– e evitar usar joias, relógios e pulseiras no mar, uma vez que a luz pode refletir e o brilho pode ser confundido com uma presa.

Já os fatores que levam à queda nas populações de tubarões são a pesca excessiva, o desequilíbrio ambiental e a redução global de peixes nos oceanos, que são os alimentos preferenciais dos tubarões. Um estudo mostrou que os tubarões e raias de corais são os mais ameaçados do mundo, atrás somente dos mamíferos aquáticos.

Para Naylor, houve uma queda notável no número de acidentes fatais nos últimos cem anos. “Isso se deve muito por políticas locais de prevenção e de como agir em casos de mordida de tubarão, reduzindo significativamente o tempo entre o ataque e o atendimento médico”, explica. “No caso de uma mordida próximo à veia femoral, a janela de tempo é de minutos.”

Um dos modelos de sucesso no mundo citado pelo relatório é a Austrália, que tem a maior incidência de acidentes com tubarão branco (Carcharodon carcharias).

“É natural que isso ocorra porque lá existem dois fatores cruciais para o maior número de registro: muitas pessoas na água e o maior tubarão conhecido, também em quantidade, próximos à costa. Por isso foi fundamental que o público, assim como as autoridades, também fosse orientado a como agir caso ocorresse um acidente”, afirma Naylor.

O pesquisador brasileiro aponta que o risco de um acidente com tubarão acontecer ainda permanece raro. “Pode ter certeza que na água o risco é muito maior de morrer por outras coisas, como afogamento ou outros acidentes”, diz.

“E, para cada pessoa que vê um tubarão, com certeza outros tubarões já viram mil pessoas. A diferença é que, em geral, eles fogem e vão em busca de presas, enquanto os ataques ocorrem em situações particulares, quando eles estão famintos ou quando mordem por acidente”, explica o cientista da Flórida.
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O QUE FAZER PARA EVITAR UM ATAQUE DE TUBARÃO

Antes de avistar
– Ver se o local está com algum aviso de interdição
– Checar a visibilidade da água (não entrar se estiver com pouca visibilidade)
– Evitar entrar na água no período do entardecer até o amanhecer
– Não entrar na água sozinho
– Não entrar na água se tiverem linhas de pesca ou peixes próximos
– Evitar usar joias, relógios e pulseiras metálicas
– Não urinar ou fazer necessidades na água (o cheiro pode atrair os animais)Na água, ao avistar um tubarão
– Não se assustar ou sair debatendo e espalhando água (os tubarões podem interpretar como sinal de fraqueza)
– Gritar (eles tendem a se afugentar)
– Manter a calma e tentar sair do mar o mais rápido possível

O Brasil possui a maior taxa de letalidade nos ataques, de 30% (3 em 10) dos acidentes em 2021 -cont…Read More

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Ataques de tubarão caem no mundo, enquanto Brasil tem maior taxa de letalidade

(FOLHAPRESS) – Os acidentes com tubarões em todo o mundo atingiram o menor patamar da última década em 2022: foram 57 ataques, com cinco mortes. No ano anterior, foram registrados 73 casos.

Em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid, também foram registrados 57 casos, fato atribuído ao menor número de pessoas no mar devido às restrições impostas pela emergência sanitária.

Os dados são do Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões, produzido pelo Museu de História Natural da Flórida (EUA). Nos últimos dez anos, só em 2022 e em 2020 foram registrados menos de 60 ataques por ano –o recorde são os 98 registros de 2015.

Apesar disso, o Brasil possui a maior taxa de letalidade nos ataques, de 30% (3 em 10) dos acidentes em 2021 -contra 1% e 14% nos dois locais com o maior número de registros de ataques de tubarão, a Flórida e a Austrália.

Segundo o biólogo e professor da Unesp Otto Bismarck, isso ocorre porque na Flórida os tubarões que mais provocam incidentes são o tubarão-galha-preta (Carcharhinus limbatus), menores e com menor risco de fatalidade, enquanto locais como Pernambuco têm as espécies cabeça-chata (Carcharhinus leucas) e tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier) como principais.

“Diferentes espécies estão envolvidas em diferentes riscos. Além disso, outro fator que vai influenciar a gravidade é a infraestrutura para realizar o primeiro resgate. Infelizmente aqui vemos com frequência dez, 20 pessoas em volta da pessoa com o ferimento filmando e poucos socorros sendo prestados”, lamenta.

Segundo Gavin Naylor, diretor do programa de pesquisa em tubarões do museu americano e coordenador da pesquisa, o mais importante é entender porque os números oscilaram tão pouco no período. .

“A flutuação do número de acidentes parece variar muito pouco, mas isso pode ser porque os lugares com maior infraestrutura e melhor comunicação são os que registram mais. É provável que outros acidentes ocorram em lugares onde não há o monitoramento tão preciso”, afirma ele.

A queda nos acidentes, segundo o relatório, pode estar atribuída a uma redução na população de todas as espécies de tubarões no mundo, mas também por medidas de segurança e conscientização nas praias.

“Mais e mais pessoas estão nas praias, e os acidentes só ocorrem quando há tubarões próximos às praias e muitas pessoas também no mar. Hoje temos alguns casos de sucesso de comunicação de risco e prevenção de acidentes em praias populosas no mundo”, diz.

Dentre as medidas citadas estão não entrar na água quando ela estiver com baixa visibilidade, evitar áreas onde são vistos peixes “pulando” para fora d’água ou linhas de pesca –uma vez que os tubarões podem estar caçando ativamente os peixes– e evitar usar joias, relógios e pulseiras no mar, uma vez que a luz pode refletir e o brilho pode ser confundido com uma presa.

Já os fatores que levam à queda nas populações de tubarões são a pesca excessiva, o desequilíbrio ambiental e a redução global de peixes nos oceanos, que são os alimentos preferenciais dos tubarões. Um estudo mostrou que os tubarões e raias de corais são os mais ameaçados do mundo, atrás somente dos mamíferos aquáticos.

Para Naylor, houve uma queda notável no número de acidentes fatais nos últimos cem anos. “Isso se deve muito por políticas locais de prevenção e de como agir em casos de mordida de tubarão, reduzindo significativamente o tempo entre o ataque e o atendimento médico”, explica. “No caso de uma mordida próximo à veia femoral, a janela de tempo é de minutos.”

Um dos modelos de sucesso no mundo citado pelo relatório é a Austrália, que tem a maior incidência de acidentes com tubarão branco (Carcharodon carcharias).

“É natural que isso ocorra porque lá existem dois fatores cruciais para o maior número de registro: muitas pessoas na água e o maior tubarão conhecido, também em quantidade, próximos à costa. Por isso foi fundamental que o público, assim como as autoridades, também fosse orientado a como agir caso ocorresse um acidente”, afirma Naylor.

O pesquisador brasileiro aponta que o risco de um acidente com tubarão acontecer ainda permanece raro. “Pode ter certeza que na água o risco é muito maior de morrer por outras coisas, como afogamento ou outros acidentes”, diz.

“E, para cada pessoa que vê um tubarão, com certeza outros tubarões já viram mil pessoas. A diferença é que, em geral, eles fogem e vão em busca de presas, enquanto os ataques ocorrem em situações particulares, quando eles estão famintos ou quando mordem por acidente”, explica o cientista da Flórida.
*
O QUE FAZER PARA EVITAR UM ATAQUE DE TUBARÃO

Antes de avistar
– Ver se o local está com algum aviso de interdição
– Checar a visibilidade da água (não entrar se estiver com pouca visibilidade)
– Evitar entrar na água no período do entardecer até o amanhecer
– Não entrar na água sozinho
– Não entrar na água se tiverem linhas de pesca ou peixes próximos
– Evitar usar joias, relógios e pulseiras metálicas
– Não urinar ou fazer necessidades na água (o cheiro pode atrair os animais)Na água, ao avistar um tubarão
– Não se assustar ou sair debatendo e espalhando água (os tubarões podem interpretar como sinal de fraqueza)
– Gritar (eles tendem a se afugentar)
– Manter a calma e tentar sair do mar o mais rápido possível

O Brasil possui a maior taxa de letalidade nos ataques, de 30% (3 em 10) dos acidentes em 2021 -cont…Read More

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Ataques de tubarão caem no mundo, enquanto Brasil tem maior taxa de letalidade

(FOLHAPRESS) – Os acidentes com tubarões em todo o mundo atingiram o menor patamar da última década em 2022: foram 57 ataques, com cinco mortes. No ano anterior, foram registrados 73 casos.

Em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid, também foram registrados 57 casos, fato atribuído ao menor número de pessoas no mar devido às restrições impostas pela emergência sanitária.

Os dados são do Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões, produzido pelo Museu de História Natural da Flórida (EUA). Nos últimos dez anos, só em 2022 e em 2020 foram registrados menos de 60 ataques por ano –o recorde são os 98 registros de 2015.

Apesar disso, o Brasil possui a maior taxa de letalidade nos ataques, de 30% (3 em 10) dos acidentes em 2021 -contra 1% e 14% nos dois locais com o maior número de registros de ataques de tubarão, a Flórida e a Austrália.

Segundo o biólogo e professor da Unesp Otto Bismarck, isso ocorre porque na Flórida os tubarões que mais provocam incidentes são o tubarão-galha-preta (Carcharhinus limbatus), menores e com menor risco de fatalidade, enquanto locais como Pernambuco têm as espécies cabeça-chata (Carcharhinus leucas) e tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier) como principais.

“Diferentes espécies estão envolvidas em diferentes riscos. Além disso, outro fator que vai influenciar a gravidade é a infraestrutura para realizar o primeiro resgate. Infelizmente aqui vemos com frequência dez, 20 pessoas em volta da pessoa com o ferimento filmando e poucos socorros sendo prestados”, lamenta.

Segundo Gavin Naylor, diretor do programa de pesquisa em tubarões do museu americano e coordenador da pesquisa, o mais importante é entender porque os números oscilaram tão pouco no período. .

“A flutuação do número de acidentes parece variar muito pouco, mas isso pode ser porque os lugares com maior infraestrutura e melhor comunicação são os que registram mais. É provável que outros acidentes ocorram em lugares onde não há o monitoramento tão preciso”, afirma ele.

A queda nos acidentes, segundo o relatório, pode estar atribuída a uma redução na população de todas as espécies de tubarões no mundo, mas também por medidas de segurança e conscientização nas praias.

“Mais e mais pessoas estão nas praias, e os acidentes só ocorrem quando há tubarões próximos às praias e muitas pessoas também no mar. Hoje temos alguns casos de sucesso de comunicação de risco e prevenção de acidentes em praias populosas no mundo”, diz.

Dentre as medidas citadas estão não entrar na água quando ela estiver com baixa visibilidade, evitar áreas onde são vistos peixes “pulando” para fora d’água ou linhas de pesca –uma vez que os tubarões podem estar caçando ativamente os peixes– e evitar usar joias, relógios e pulseiras no mar, uma vez que a luz pode refletir e o brilho pode ser confundido com uma presa.

Já os fatores que levam à queda nas populações de tubarões são a pesca excessiva, o desequilíbrio ambiental e a redução global de peixes nos oceanos, que são os alimentos preferenciais dos tubarões. Um estudo mostrou que os tubarões e raias de corais são os mais ameaçados do mundo, atrás somente dos mamíferos aquáticos.

Para Naylor, houve uma queda notável no número de acidentes fatais nos últimos cem anos. “Isso se deve muito por políticas locais de prevenção e de como agir em casos de mordida de tubarão, reduzindo significativamente o tempo entre o ataque e o atendimento médico”, explica. “No caso de uma mordida próximo à veia femoral, a janela de tempo é de minutos.”

Um dos modelos de sucesso no mundo citado pelo relatório é a Austrália, que tem a maior incidência de acidentes com tubarão branco (Carcharodon carcharias).

“É natural que isso ocorra porque lá existem dois fatores cruciais para o maior número de registro: muitas pessoas na água e o maior tubarão conhecido, também em quantidade, próximos à costa. Por isso foi fundamental que o público, assim como as autoridades, também fosse orientado a como agir caso ocorresse um acidente”, afirma Naylor.

O pesquisador brasileiro aponta que o risco de um acidente com tubarão acontecer ainda permanece raro. “Pode ter certeza que na água o risco é muito maior de morrer por outras coisas, como afogamento ou outros acidentes”, diz.

“E, para cada pessoa que vê um tubarão, com certeza outros tubarões já viram mil pessoas. A diferença é que, em geral, eles fogem e vão em busca de presas, enquanto os ataques ocorrem em situações particulares, quando eles estão famintos ou quando mordem por acidente”, explica o cientista da Flórida.
*
O QUE FAZER PARA EVITAR UM ATAQUE DE TUBARÃO

Antes de avistar
– Ver se o local está com algum aviso de interdição
– Checar a visibilidade da água (não entrar se estiver com pouca visibilidade)
– Evitar entrar na água no período do entardecer até o amanhecer
– Não entrar na água sozinho
– Não entrar na água se tiverem linhas de pesca ou peixes próximos
– Evitar usar joias, relógios e pulseiras metálicas
– Não urinar ou fazer necessidades na água (o cheiro pode atrair os animais)Na água, ao avistar um tubarão
– Não se assustar ou sair debatendo e espalhando água (os tubarões podem interpretar como sinal de fraqueza)
– Gritar (eles tendem a se afugentar)
– Manter a calma e tentar sair do mar o mais rápido possível

O Brasil possui a maior taxa de letalidade nos ataques, de 30% (3 em 10) dos acidentes em 2021 -cont…Read More

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Ataques de tubarão caem no mundo, enquanto Brasil tem maior taxa de letalidade

(FOLHAPRESS) – Os acidentes com tubarões em todo o mundo atingiram o menor patamar da última década em 2022: foram 57 ataques, com cinco mortes. No ano anterior, foram registrados 73 casos.

Em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid, também foram registrados 57 casos, fato atribuído ao menor número de pessoas no mar devido às restrições impostas pela emergência sanitária.

Os dados são do Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões, produzido pelo Museu de História Natural da Flórida (EUA). Nos últimos dez anos, só em 2022 e em 2020 foram registrados menos de 60 ataques por ano –o recorde são os 98 registros de 2015.

Apesar disso, o Brasil possui a maior taxa de letalidade nos ataques, de 30% (3 em 10) dos acidentes em 2021 -contra 1% e 14% nos dois locais com o maior número de registros de ataques de tubarão, a Flórida e a Austrália.

Segundo o biólogo e professor da Unesp Otto Bismarck, isso ocorre porque na Flórida os tubarões que mais provocam incidentes são o tubarão-galha-preta (Carcharhinus limbatus), menores e com menor risco de fatalidade, enquanto locais como Pernambuco têm as espécies cabeça-chata (Carcharhinus leucas) e tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier) como principais.

“Diferentes espécies estão envolvidas em diferentes riscos. Além disso, outro fator que vai influenciar a gravidade é a infraestrutura para realizar o primeiro resgate. Infelizmente aqui vemos com frequência dez, 20 pessoas em volta da pessoa com o ferimento filmando e poucos socorros sendo prestados”, lamenta.

Segundo Gavin Naylor, diretor do programa de pesquisa em tubarões do museu americano e coordenador da pesquisa, o mais importante é entender porque os números oscilaram tão pouco no período. .

“A flutuação do número de acidentes parece variar muito pouco, mas isso pode ser porque os lugares com maior infraestrutura e melhor comunicação são os que registram mais. É provável que outros acidentes ocorram em lugares onde não há o monitoramento tão preciso”, afirma ele.

A queda nos acidentes, segundo o relatório, pode estar atribuída a uma redução na população de todas as espécies de tubarões no mundo, mas também por medidas de segurança e conscientização nas praias.

“Mais e mais pessoas estão nas praias, e os acidentes só ocorrem quando há tubarões próximos às praias e muitas pessoas também no mar. Hoje temos alguns casos de sucesso de comunicação de risco e prevenção de acidentes em praias populosas no mundo”, diz.

Dentre as medidas citadas estão não entrar na água quando ela estiver com baixa visibilidade, evitar áreas onde são vistos peixes “pulando” para fora d’água ou linhas de pesca –uma vez que os tubarões podem estar caçando ativamente os peixes– e evitar usar joias, relógios e pulseiras no mar, uma vez que a luz pode refletir e o brilho pode ser confundido com uma presa.

Já os fatores que levam à queda nas populações de tubarões são a pesca excessiva, o desequilíbrio ambiental e a redução global de peixes nos oceanos, que são os alimentos preferenciais dos tubarões. Um estudo mostrou que os tubarões e raias de corais são os mais ameaçados do mundo, atrás somente dos mamíferos aquáticos.

Para Naylor, houve uma queda notável no número de acidentes fatais nos últimos cem anos. “Isso se deve muito por políticas locais de prevenção e de como agir em casos de mordida de tubarão, reduzindo significativamente o tempo entre o ataque e o atendimento médico”, explica. “No caso de uma mordida próximo à veia femoral, a janela de tempo é de minutos.”

Um dos modelos de sucesso no mundo citado pelo relatório é a Austrália, que tem a maior incidência de acidentes com tubarão branco (Carcharodon carcharias).

“É natural que isso ocorra porque lá existem dois fatores cruciais para o maior número de registro: muitas pessoas na água e o maior tubarão conhecido, também em quantidade, próximos à costa. Por isso foi fundamental que o público, assim como as autoridades, também fosse orientado a como agir caso ocorresse um acidente”, afirma Naylor.

O pesquisador brasileiro aponta que o risco de um acidente com tubarão acontecer ainda permanece raro. “Pode ter certeza que na água o risco é muito maior de morrer por outras coisas, como afogamento ou outros acidentes”, diz.

“E, para cada pessoa que vê um tubarão, com certeza outros tubarões já viram mil pessoas. A diferença é que, em geral, eles fogem e vão em busca de presas, enquanto os ataques ocorrem em situações particulares, quando eles estão famintos ou quando mordem por acidente”, explica o cientista da Flórida.
*
O QUE FAZER PARA EVITAR UM ATAQUE DE TUBARÃO

Antes de avistar
– Ver se o local está com algum aviso de interdição
– Checar a visibilidade da água (não entrar se estiver com pouca visibilidade)
– Evitar entrar na água no período do entardecer até o amanhecer
– Não entrar na água sozinho
– Não entrar na água se tiverem linhas de pesca ou peixes próximos
– Evitar usar joias, relógios e pulseiras metálicas
– Não urinar ou fazer necessidades na água (o cheiro pode atrair os animais)Na água, ao avistar um tubarão
– Não se assustar ou sair debatendo e espalhando água (os tubarões podem interpretar como sinal de fraqueza)
– Gritar (eles tendem a se afugentar)
– Manter a calma e tentar sair do mar o mais rápido possível

O Brasil possui a maior taxa de letalidade nos ataques, de 30% (3 em 10) dos acidentes em 2021 -cont…Read More

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