Categoria protesta por não ter ouvida em Projeto de Lei encaminhado pelo governo à Assembleia

Os policiais civis do Paraná deram início, nesta quarta-feira (28), a uma paralisação de 48 horas. Durante esse período, a Delegacia de Umuarama permanecerá aberta, porém, funcionará internamente, sem atendimento ao público. O movimento é liderado pelo Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol) e tem como objetivo protestar contra o Projeto de Lei (PL) que propõe a reestruturação de diversas carreiras no âmbito da administração pública, incluindo a Polícia Civil.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Adriano Bandeira, presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), à qual o Sinclapol está filiado, destacou que o governo estadual encaminhou o PL à Assembleia Legislativa (Alep) sem consultar os sindicatos da categoria. Bandeira ressaltou a preocupação com as 160 horas de sobreaviso dos agentes, sem qualquer compensação financeira.

“O excessivo número de horas de sobreaviso já se assemelha a uma situação análoga à escravidão. Já temos enfrentado situações complicadas e graves de saúde mental em todo o país, além da total desvalorização do Policial Civil. Não precisamos de mais essa desvalorização e descaso com a nossa categoria”, afirmou Bandeira.

O Sinclapol está atuando para tentar reverter essa situação, e a Cobrapol enviou ofícios ao governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, e ao secretário de Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, solicitando que a categoria seja ouvida por meio da representação sindical, a fim de participar da construção do PL de reestruturação.

“A categoria foi ignorada e invisibilizada pelos gestores. Para surpresa de ninguém, apresentaram um projeto delegadista que favorece apenas um dos cargos da PC. Por respeito próprio, a categoria decidiu pela paralisação de 48 horas”, completou Bandeira.