STF decide se Arthur Lira é réu: as acusações que rondam o presidente da Câmara
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Supremo Tribunal Federal analisa recurso da defesa de Arthur Lira enquanto investigação da Polícia Federal avança

Nesta terça-feira (6), o Supremo Tribunal Federal (STF) irá julgar um recurso da defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em um processo que pode torná-lo réu por corrupção passiva. Ao mesmo tempo, a Polícia Federal segue adiante em uma investigação que envolve assessores e pessoas próximas a Lira, também relacionada a casos de corrupção.

Considerado um dos políticos mais influentes do país, Lira enfrenta uma série de desafios no âmbito jurídico nesta semana. A decisão do STF terá um impacto significativo em seu futuro político, podendo abrir caminho para que ele se torne réu no processo em questão.

Paralelamente, a investigação conduzida pela Polícia Federal continua avançando, abrangendo indivíduos ligados a Lira. Esses acontecimentos ocorrem em um momento em que as relações entre o presidente da Câmara e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão estremecidas. Isso levou aliados de Lira a insinuar, de forma velada, que o governo estaria utilizando a Polícia Federal para atingir o presidente da Câmara. Lira é considerado um dos principais obstáculos de Lula na aprovação de medidas de interesse do governo.

Uma operação da Polícia Federal, envolvendo pessoas próximas a Lira, foi deflagrada logo após a votação de uma medida provisória que estabeleceu a estrutura do governo, e após críticas abertas de Lira à articulação política de Lula.

Diante desse contexto, o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, descartou qualquer envolvimento do governo na operação da Polícia Federal, afirmando que a PF cumpre determinações do Poder Judiciário e que o Executivo não exerce influência sobre ela.

Lira, por sua vez, afirmou que não se sente afetado pela operação da PF e destacou que não pode comentar sobre a mesma sem ter acesso às informações contidas nela. Em entrevista à GloboNews, ele declarou: “Ninguém gosta de receber notícias como a gente recebeu, mas não posso comentar uma operação policial sem ter acesso ao que nela tem […] Não me sinto atingido e nem acho que isso seja provocativo.”

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil estão avaliando as possíveis reações de Lira diante de uma eventual pressão sobre ele. Segundo eles, as respostas podem variar desde uma postura mais cooperativa em relação ao governo até uma posição mais rígida em relação às pautas defendidas pelo presidente Lula.